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Bombeiro de Valença perdeu voo no Brasil para salvar turista francês

Rafael Machado, de 31 anos, ajudou a salvar um homem que teve uma crise durante um voo. O homem tinha uma apendicite e a viagem foi desviada para Cabo Verde. O bombeiro que trabalha em Valença “não se arrepende” da sua intervenção, apesar de ter perdido um voo já no Brasil.

Rafael Machado escolheu Portugal há quatro anos para viver e, desde aí, ainda não tinha voltado ao Brasil. Na primeira ida até lá, perdeu um dos voos para casa, mas por uma boa causa: ajudou a salvar uma vida.

Na página de Facebook dos Bombeiros Voluntários de Valença, a equipa destaca a notícia de que este homem, com 31 anos, interviu, na terça-feira, durante um voo que teve de parar de emergência em Cabo Verde: “Esteve a bordo de um voo de Porto para o Brasil quando surgiu uma situação crítica: um passageiro francês apresentava uma apendicite aguda e exigia intervenção imediata”.

“Graças à sua intervenção em apoio a uma médica que seguia no mesmo voo – foi decidido o desvio para um aeroporto em Cabo Verde, onde o passageiro foi encaminhado para cuidados hospitalares”, detalha ainda a corporação, que destaca ainda que este episódio “demonstra que o compromisso dos nossos bombeiros vai para além das fronteiras: preparo, dedicação e coragem que se instalam mesmo fora do quartel”.

A corporação sublinha ainda o “orgulho, gratidão e reconhecimento” por Rafael Machado, após esta situação. À publicação luxamburguesa Contacto, o bombeiro explicou o que se passou.

“A tripulação do avião perguntou se alguém podia ajudar e levantaram-se dois médicos e eu. Tenho muita experiência, de andar nas ambulâncias, em avaliar estas situações e fui ajudar”, referiu à imprensa, dando conta de que a sua intervenção e a de um dos médicos “salvaram” o turista francês na casa dos 40 anos.

“Percebemos logo que era apendicite porque começa a dar muitos calafrios, vómitos e muita dor no abdómen e quando tocámos no paciente ele sente muita dor”, detalhou, alertando que “uma pessoa com apendicite se não for logo para o hospital, o apêndice pode estourar, uma situação muito complicada”.

Sublinhando que tanto o piloto como a restante tripulação estava disposta a ajudar e que todos tinham sido “muito prestáveis”, tendo perguntado a quem atendeu a esta emergência se havia necessidade de desviar o avião. Um dos médicos não achou necessário, mas tanto Rafael como a outra médica acharam melhor, “porque o homem já tinha estado mal na noite anterior à viagem e, nestes casos, tem de se intervir o mais rápido possível, senão pode ser fatal”.

Minutos depois, o avião aterrou em Cabo Verde, onde já uma ambulância estava à espera de receber o paciente. Este desvio acabou por custar uma viagem a Rafael – e, provavelmente, a mais passageiros -, dado que este ia fazer escala em Recife para depois seguir para São Paulo, mas perdeu a ligação. Acabou por seguir para Recife mais tarde no mesmo dia, já de noite e “não se arrepende”.

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