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Empresas de Barcelos contribuem com 12 milhões de euros por ano para o orçamento municipal

O Congresso do Comércio numa organização em parceria entre a ACIB-CCI Câmara de Comércio e Indústria e a CCP Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, e com o apoio do Município de Barcelos, reuniu em Barcelos centenas de empresários dos setores do comércio, serviços e restauração e dirigentes das associações empresariais do país, representantes das autarquias e de elementos de numerosas entidades com representatividade nos setores em foco.

Na abertura do Congresso, João Albuquerque, presidente da ACIB-CCI, salientou a necessidade de mais apoios concretos para as empresas do comércio e serviços. “Proteger o comércio é defender a matriz da economia portuguesa. O nosso peso precisa de ser refletido nos apoios dos governos e das autarquias. As empresas reclamam por esses apoios a que têm direito, como outros setores”.

O presidente da ACIB-CCI referiu o “exemplo da isenção de taxas da Câmara de Barcelos para as esplanadas, uma medida que deu frutos positivos”, mas acredita “que se pode ir mais longe neste tipo de incentivos por parte do município e do Governo”. As empresas do concelho de Barcelos contribuem com 12 milhões de euros por ano para o orçamento municipal.

João Albuquerque defendeu que “as cidades estão a precisar novamente de investimento que valorize as unidades comerciais existentes e que mantenha a competitividade do turismo”. Reforçou, na sua intervenção, o decisivo papel que as associações empresariais desempenham na defesa das empresas do comércio e serviços.

José Manuel Fernandes, Ministro da Agricultura e Mar, afirmou que “o Governo tem muitos recursos para executar e que é importante que o comércio e serviços defina a tipologia de projetos que pretende, para depois se perceber como se encaixarão essas pretensões”.

“As empresas estão sujeitas a um enorme fardo de impostos e burocracia”, reconheceu o ministro, e que “o Governo tem feito a sua parte, nomeadamente com a baixa de impostos, do IRC, do IRS e a simplificação do IVA”. “É necessário definir o que é necessário para se poder aceder às linhas de financiamento, como as dos fundos europeus, no sentido de se criar riqueza, de termos um território mais competitivo, mais justo e equitativo, onde exista uma coesão territorial”.

Para finalizar, o ministro, defendeu a necessidade do desenvolvimento rural e da agricultura, que têm um papel essencial e de ligação ao comércio e às cidades.

João Vieira Lopes, presidente da CCP, afirmou que o setor do comércio e serviços é muito subavaliado em termos de necessidade de investimento e que, a confederação, está atenta à restruturação dos fundos europeus. O setor deve ser também uma das prioridades nos programas de apoio.

Ainda na sessão de abertura, Dalva Rodrigues, vereadora da Câmara Municipal de Barcelos, reiterou que “o comércio vive mudanças rápidas e profundas, necessitando de apoios ao nível da digitalização e modernização do espaço urbano”. Considerou o projeto do Bairro Comercial Digital de Barcelos um bom exemplo do trabalho em conjunto entre o município, o associativismo e as empresas.

Dois painéis temáticos permitiram abordar os temas “A importância das Associações Empresariais no apoio ao setor e as parcerias com as Câmaras Municipais” e “Apoios para o setor do Comércio, Serviços e Restauração / Legislação principal”, que são de relevante interesse para as empresas e que permitiram dar novos focos de atenção e de conhecimento.

Nota destacada para a intervenção do Professor Augusto Mateus, ex-Ministro da Economia e profundo conhecedor do setor, com uma intervenção de fundo. Deixou ficar a ideia que Portugal tem de mudar o foco, abandonar a fixação pelas quantidades que, com a redução das margens de lucro, trazem cada vez menos retorno, e virar o pensamento para uma economia de valor e de criação de verdadeira riqueza. Abordou em profundidade as questões da competitividade das empresas.

Para encerramento da jornada esteve presente o Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Pedro Machado, que na sua intervenção elogiou o setor reafirmando a sua importância na economia nacional.

Destacou que o Governo está empenhado em apoiar o setor, reforçar as verbas da Agenda do Comércio e propor ainda novos apoios.

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