NACIONAL

Jardim botânico do Porto reconhecido como ‘Jardim de excelência de camélias’

No Jardim Botânico do Porto, através do gradeamento vêem-se os bosquetes, onde crescem camélias hoje centenárias, estas são um prenuncio da magnífica beleza que podemos encontrar neste polo do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, que acaba de ser distinguido com o estatuto de International Camellia Garden of Excellence.

A coleção do Jardim Botânico do Porto integra cerca de 750 cultivares e espécies de camélias, de entre as quais se destacam as que compõem os 500 metros de sebes talhadas de japoneiras centenárias que o tornam num jardim de referência no circuito internacional. As camélias presentes neste Jardim foram maioritariamente plantadas no século XIX e contam com notáveis cultivares de origem portuguesa como “Augusto Leal de Gouveia Pinto”, “Angelina Vieira”, “Dona Herzília de Freitas Magalhães”, “Perfeição de Villar”, “José Marques Loureiro”, “Conde do Bomfim”, “Dona Jane Andresen”, entre outras. Existem ainda cultivares de origem belga, italiana, inglesa, chinesa e norte-americana.

A candidatura apresentada pelo Jardim Botânico do Porto, em colaboração com a Associação Portuguesa de Camélias ao galardão International Camellia Garden of Excellence foi apreciada por um júri constituído por 26 diretores do International Camellia Society, que por unanimidade, votou a favor da atribuição deste distinto galardão. Este reconhece jardins que cultivam e conservam coleções de camélias e que trabalham no sentido de ampliar e valorizar o conhecimento sobre as mesmas.

Por detrás desta candidatura está um grande esforço de identificação, mapeamento e manutenção desta coleção, de forma a dar resposta aos critérios de avaliação. Este trabalho é desenvolvido com grande dedicação de um conjunto de profissionais e aficionados que com grande empenho contribuem para o aumento do conhecimento nesta matéria. Neste momento prosseguem, nas estufas do Jardim Botânico do Porto, os trabalhos de reprodução de camélias com vista a aumentar e perpetuar a coleção existente.

Paulo Farinha Marques, Diretor do Jardim Botânico do Porto, manifesta, em comunicado, grande alegria perante este reconhecimento. “O Jardim Botânico do Porto e a coleção de camélias são o resultado de um extraordinário trabalho de várias gerações que têm contribuído para a criação e preservação da estrutura verde que hoje vivenciamos. Esta distinção é possível pelo empenho da um grupo dedicado, que desde 2015 voltou a dar especial atenção a este valor inquestionável da universidade, da cidade e da cultura Portuguesa. Manifesto assim o sincero agradecimento à equipa que coordeno e aos amigos que ela se juntam para fazer avançar o conhecimento sobre o Jardim e as sua plantas, especificamente a Joana Tinoco, Iúri Frias, Joana Andresen Guedes, Armando Oliveira, António Assunção, Teresa Matos Fernandes, Sofia Mota, João Junqueira, Cristiana Vieira, Carla Morais Pires, Raquel Ribeiro, Maria João Fonseca, Eduarda Paz, Clara Gil, Renata Duarte, Norma Pott e Liliana Cordeiro.”

Com a atribuição deste galardão, Portugal vê assim reconhecido o seu quarto “Jardim de Excelência de Camélias”, depois do Parque da Pena, em Sintra, do Parque Terra Nostra, nos Açores, e da Quinta de Curvos, em Esposende.

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