Assembleia Municipal de Terras de Bouro marcada por gritaria, murros na mesa, ‘à partes’… e por um plano de promoção turística
Um dos exemplos das consequências que um longo confinamento pode provocar nas pessoas foi a Assembleia Municipal de Terras de Bouro, primeira pós-pandemia. Gritos, murros na mesa, ‘à partes’, troca de palavras mais acesas, houve de tudo. E quando o destaque do mais importante fórum concelhio são as suas peripécias e não o seu conteúdo, algo vai mal no reino da democracia. E nem os ares do Gerês apaziguaram.
Um longo período, cerca de hora e meia, de uma intervenção do Presidente da Câmara, Manuel Tibo, a responder a mais de uma dezena de questões do deputado Manuel Sousa do Terras de Bouro Nosso Partido e do Presidente da Junta de Vilar da Veiga, António Príncipe, culminou com uma cena de ‘gritaria’ entre o presidente da Assembleia Municipal, Augusto Braga e o deputado socialista, Ricardo Gonçalves.
A partir daqui a situação ficou quase incontrolável. Uns recordaram assembleias municipais antigas, outros lançaram farpas, outros trocaram acessos argumentos. Pelo meio, ainda houve uma intervenção da vereadora da Educação, Ana Genoveva, polvilhada por ‘à partes’ cheios de ironia. Era uma e meia da manhã quando se deu por encerrada a Assembleia.
Gastar três parágrafos com situações pouco dignas diz bem da necessidade dos deputados em sair de casa e apanhar ar, de voltar a conviver democraticamente. Com isto, o mais importante fica para segundo plano e quem perde são sempre os terra-bourenses.
Plano de recuperação do turismo
Do que interessa, propriamente dito, ficou-se a saber que a Câmara Municipal está a delinear uma estratégia de promoção turística para evitar que a principal atividade do concelho não tenha quebras muito acentuadas.
O plano deverá ficar concluído na próxima semana, depois de uma última reunião conjunta entre autarquia, ICNF e GNR. Ainda assim, Manuel Tibo levantou um pouco da ponta do véu: “acesso livre aos museus e uma viagem gratuita no barco do Rio Caldo” serão ‘benesses’ para os turistas. Uma agência profissional vai desenvolver uma campanha cujo mote é incentivar as pessoas a morarem no Gerês.
“Mas há vários constrangimentos” reconhece o autarca, a começar pela falta de fibra ótica e de comunicações que “uma operadora já manifestou interesse em colmatar depois de concorrer a um concurso público”. O autarca revelou ainda a passagem de uma comitiva de 18 jornalistas pelo PNPG promovida pelo Porto e Norte de Portugal.
GNR
Respondendo a uma pergunta do socialista Filipe Mota Pires sobre a necessidade de reforço de agentes da GNR, Manuel Tibo respondeu que “esse já foi um pedido feito por nós”. O autarca revelou que “no Gerês há 17 efetivos da GNR, mas a grande maioria não está cá, estão destacados noutros locais e dois são atletas de alta competição”.
O reforço dos GIPS foi uma das garantias deixadas pelas autoridades militares que recusaram a existência de policiamento a cavalo, estando em equação o policiamento de bicicleta.
Termas
Ainda sem data para abrir, ou 15 de junho ou 01 de Julho, as termas são consideradas “estratégicas para o concelho”, como lembrou Filipe Mota Pires: “é uma questão que acaba por interferir com tudo o resto e com aqueles, e são muitos, que trabalham seis meses e depois vivem os outros seis com subsídio de desemprego e das poupanças que foram fazendo”.
Para o presidente da Câmara, “as termas são muito importantes e têm um papel fundamental para a economia do concelho. Aqueles que achavam que as termas não eram assim tão importantes, tiveram, no ano passado, a prova em contrário”. Esperam-se agora, as próximas deliberações do Governo sobre esta matéria.