Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica estuda forma de evitar progressão de Covid-19
Neste momento de pandemia, o Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica (CMSH) tem estado na vanguarda da adaptação à nova realidade. Atualmente encontra-se em apreciação o desenho de um estudo clínico para avaliar a eficácia da Oxigenoterapia Hiperbárica na progressão da Síndrome de Dificuldade Respiratória Aguda, nos doentes com COVID-19. O CMSH da Marinha é ainda candidato a integrar um outro estudo, multicêntrico, com base na Suécia.
Com 67 anos de experiência, este Centro foi criado para apoiar as missões dos mergulhadores da Armada, nomeadamente para tratar uma eventual doença de descompressão, e cedo constatou que a sua capacidade sobrante e know-how poderia ser disponibilizada em benefício da sociedade civil, e por isso tem tradicionalmente grande ligação e colaboração com o Serviço Nacional de Saúde.
O CMSH encontra-se intimamente ligado à sociedade civil, de onde provém a maioria dos seus doentes, que o procuram, quer de forma privada, quer, mais frequentemente, enviados por unidades hospitalares públicas ou privadas. No ano de 2019, o CMSH efetuou, em regime de rotina, cerca de 11.500 sessões de tratamento, correspondentes a múltiplas patologias, sendo as mais frequentes a surdez súbita, as lesões rádicas e as úlceras.
Durante a pandemia o CMSH foi pioneiro na instauração de diversas medidas de controlo de infeção, entre as quais a redução para metade dos doentes tratados por câmara (da sua capacidade máxima de 12, para 6), uso de máscara desde que entram na câmara até que saem, instauração de inquérito epidemiológico, medição diária de temperatura, obrigatoriedade na adoção de medidas básicas de higiene, entre outras.