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Assembleia Municipal de Amares marcada pela discussão do orçamento e pela falta de água

A primeira Assembleia Municipal de Amares pós-período de confinamento ficou marcada pela discussão do orçamento de 2019 e pelas constantes faltas de água no concelho. A oposição criticou os documentos provisionais de 2019 e, por isso, votou contra; o assunto da água subiu ao púlpito pela voz do deputado José Antunes do Movimento independente ‘Mais’.

“Não são verdadeiras as afirmações de quebra de investimento, não há descalabro financeiro e sem medo, estaremos aqui para trazer mais desenvolvimento social e económico para Amares”, foram algumas das afirmações usadas pelo presidente da Câmara de Amares para defender o Orçamento de 2019.

Manuel Moreira lembrou ainda que “nenhuma freguesia ficou para trás, fizemos investimentos em todas e não só na praça do Comércio, que pode não ser uma obra consensual, mas irá trazer mais dinamismo para o comércio local e atrair mais pessoas”.

Para o movimento independente ‘Mais’, que votou contra, pede-se “uma gestão mais responsável” e lembrou que “obras previstas para as freguesias ficaram a zero”. Para os independentes “é preciso perceber porque é que as obras na praça do Comércio começaram mais tarde, projeto mal elaborado”.

Uma gestão mais equilibrada do território foi um dos pedidos feitos e críticas à forma como dois projetos “pagos por fora” foram elaborados: “o projeto da feira semanal foi feito por uma entidade externa e deixaram-no cair passando a ser da responsabilidade dos técnicos municipais; a praça do Comércio vai ter 160 mil euros de trabalhos a mais”.

PS

O Partido Socialista, também, votou contra o orçamento. Francisco Alves apontou duas razões para o sentido de voto: “o atual modelo de gestão não promove o desenvolvimento do concelho” e “as contas são deficitárias”. O socialista lembrou que “o investimento caiu e as despesas correntes estão a crescer” havendo, ainda, “custos sem explicação”.

Em termos de receita, Francisco Alves disse que foi “a pior dos últimos cinco anos”.

O socialista criticou, também, a inclusão no Plano de Investiment0s de 270 projetos, mas “só 40 se concretizaram, o que não é nada abonatório para a gestão municipal”. Segundo Alves “os bens e serviços aumentaram” não prevendo “nada de bom” para os futuros executivos: “os próximos executivos terão bastantes dores de cabeça com o legado que vai ser deixado”.

O voto contra justifica-se, portanto, porque “o desenvolvimento foi mais uma vez adiado e o executivo não garante a potencialização dos recursos existentes no concelho”.

PSD

Coube a Martinho Braga, da coligação ‘Juntos por Amares’, a defesa do plano e orçamento de 2019. O deputado municipal apresentou um conjunto de obras desenvolvidas no ano passado para “elogiar o trabalho que está a ser feito”.

A conclusão das obras da EB 2/3 “transformando-a numa das melhores da região”, o alargamento da rede de saneamento “importante para a qualidade de vida da população”, o início da requalificação da praça do comércio que “trará um novo dinamismo ao comércio local”, o ecocanil “obra única no Distrito” e o museu da agricultura em Seramil foram algumas das empreitadas destacadas pelo social-democrata.

O orçamento foi aprovado por maioria pelos deputados da coligação ‘Juntos Por Amares’ e pelos presidentes da junta.

Água

A falta de água foi o assunto que dominou o período antes da ordem do dia e veio a terreiro pela voz de José Antunes do Movimento Independente ‘Mais’. “A água é um desígnio e não falta no concelho não chega é à casa das pessoas”, como especial destaque no casco urbano e nas freguesias de Lago e Rendufe.

“O executivo municipal continua a assobiar para o lado” porque continua “a não responder às reclamações das pessoas que são as mesmas há muito tempo”. O deputado municipal mostrou, ainda, a sua preocupação pelo fato do problema “poder vir a agravar-se com a construção de vários prédios a acontecer no concelho”.

José Antunes sugeriu, ainda, em linha com o vereador do Movimento, que a autarquia faça um acordo com AGERE “para que nos momentos críticos possa injetar água nas condutas de algumas freguesias minimizando assim o problema”.

Conduta com 30 anos

O Presidente da Câmara concordou que “a água é um bem essencial”, lembrou que a principal conduta do concelho tem 30 anos e “uma capacidade que já não satisfaz as populações”. Partilhando a preocupação com o aumento das construções, “são mais de 100 em todo o concelho”, Manuel Moreira lembrou que “substituir toda a rede é um investimento elevado”.

“Andamos em conversações com a APA para que se abra um aviso para iremos aos fundos comunitários porque temos que reformular toda a rede em alta do concelho”, revelou o autarca que voltou a falar da construção de uma conduta que irá ligar a Senhora da Paz ao Carvalhô e Cerdeirinhas que “resolve 70 a 80% do problema da água”.

Segundo o autarca, a obra deverá custar 300 mil euros. Já sobre o acordo com a AGERE que “se ofereceu para nos vender água”, o autarca manifestou algumas reservas, mas prometeu abordar o assunto com a empresa municipal bracarense.

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