OPINIÃO

Cartas a um amigo que lê jornais

Meu amigo: cumprimento e agradeço os preciosos momentos da tua existência, gastos lendo-me.

Efetivamente, valeu a pena ter deitado mão à escondida história da nossa terra – Vila Verde. Sei que serviu, pelo menos, para que tu conheças mais algumas facetas dessa mesma história e, como tal, a tua identificação apresenta-se agora mais completa.

Sei também que, antes de me leres, tomaste conhecimento pela imprensa que João José Almeida Lopes se iniciava na prosa histórica, publicada por alguns jornais. Porém, não sabes como tudo isso aconteceu, o que certamente gostarás de saber.

Todavia, é uma história bastante comprida, que não pode ser descrita numa só carta. Contudo, em breve escrever-te-ei novamente pondo-te ao corrente do seguimento do que agora te vou relatar.

Como sabemos, foi através deste e de vários outros jornais que te informaste da existência de um vilaverdense que, os outros e não ele, disseram ser poeta, escritor, investigador e historiador. Nota, meu amigo, se assim escrevo sobre títulos que gratuitamente me deram, foram outros que o disseram primeiro aquilo que eu estou agora a dizer-te.

Os que assim disseram não ouviram, certamente, o Senhor Professor Dr. José Hermano Saraiva, em 3 de julho 1996, no programa televisivo ‘Horizontes da Memória’ dizer: “Mas não foi para falar de coisas tristes que vim a Vila Verde. Foi, pelo contrário,para recordar qualquer coisa que me parece uma lição. Aqui, já há uns anos, um natural de Vila Verde publicou estes fascículos “Apontamentos para a História de Vila Verde”. Foram saindo e hoje estão reunidos neste belo volume (…). Quem fez isto não foi propriamente um historiador, foi um natural da terra – ele esta aqui ao pé de mim e assina os livros com o nome de Serra Nevada. É claro que ninguém se chama Serra Nevada. Ele tem um nome, como qualquer outra pessoa— – é o Senhor João José Almeida Lopes(…).

A segunda lição é da Câmara Municipal de Vila Verde que aproveitou este trabalho, que dota este concelho de uma obra modelar, para recordar o passado de todos quantos aqui viveram”.

O Professor, com razão, diz que não sou “propriamente” um historiador. Concordo plenamente, pois, na verdade, até então, nenhum intelectual me tinha galardoado com tal título. O Professor Hermano Saraiva não teria querido ser ele o primeiro a chamar-mo.

Efetivamente, para minha satisfação, nessa época bastou o que o Senhor Professor disse ainda nesse programa: “Este grosso volume é apenas o primeiro, porque ele continua a investigar a História da sua terra”.

Sem dúvida, os títulos apareceram depois, pese embora o facto de ele, o Professor, ter dito: “porque ele continua a investigar a História de sua terra”.

Amigo: como chamam a quem investiga e escreve História? Responde tu que és juiz desta causa. Serás tu, depois de leres esta carta, a retirar as conclusões e dar a resposta ao que te pergunto.

Com efeito, historiador e outros títulos de literatos foram-me dados anos depois por homens e mulheres do povo, jornalistas, catedráticos, doutores, historiadores, investigadores e escritores, como consta em revistas e jornais.

Sabes uma coisa amigo? Já me alonguei de mais. Desculpa, vou terminar.

Na verdade, será pelo Jornal Terras do Homem que de novo te escreverei… em breve!

 

Serra Nevada [Escritor]

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