OPINIÃO

Termas em Caldelas! Núcleo de dinâmicas turísticas concelhia e regional

A valorização regional do Baixo Minho requer o aproveitamento dos recursos turísticos, nos quais o setor saúde e bem-estar apoiado no produto clássico, Termas, se posiciona como um produto de excelência. A descoberta e exploração das águas mineromedicinais de Caldelas contribuíram para o desenvolvimento diferenciado desta localidade, o que permitiu a sua afirmação no passado como centro turístico de excelência. Urge neste momento capitalizar as potencialidades desta área territorial, de forma a adequá-la às exigências do turismo do século XXI.

Assim, além da função terapêutica tradicional e do segmento emergente de saúde e bem-estar, é necessário incorporar igualmente a vertente recreio e lazer. Tal requererá a construção de um produto turístico completo, integrado e atrativo.

Os diferentes Planos Estratégicos Nacionais do Turismo destacam como objetivos estratégicos para Portugal o aproveitamento das águas mineromedicinais nas valências conjuntas médica (termalismo clássico e de saúde e bem-estar) e turística. Amares deve valorizar este recurso endógeno que é um produto estratégico de referência – as suas águas são indicadas em 70% das terapêuticas disponibilizadas pelos estabelecimentos termais portugueses. Em 47 concessões a nível nacional só as águas de Monfortinho igualam o mesmo número de indicações terapêuticas. Acresce ainda que a atividade destas Termas foi motor da economia local, concelhia e regional pelo emprego que criavam e pelo consumo de bens e serviços diversos que despoletaram na hotelaria, restauração, comercio e outros serviços.

Num memorando efetuado pela Associação das Termas de Portugal para a Comissão Parlamentar da Saúde em 2016, é referido que, em média, por cada 100 clientes nas Termas se criam quatro novos empregos permanentes na economia local e regional e seis empregos de carácter sazonal; e por cada 100 euros gastos nas Termas é expectável um valor acrescentado bruto na economia local e regional entre os 70 a 80 euros. São muitos os argumentos para que as Termas de Caldelas sejam vistas pelos amarenses como uma joia do seu território capaz de promover o desenvolvimento concelhio como um todo, quer na vertente económica quer na vertente social.

A aquisição das Termas de Caldelas por parte da Câmara Municipal deve ter no imediato dois compromissos. O primeiro dos quais é garantir os empregos hoje existentes neste estabelecimento. O segundo é garantir investimentos num objetivo a prazo e a médio prazo, necessários para dotar a sua área geográfica de todas as condições ambientais e infraestruturais necessárias à classificação de Caldelas de Estância Termal de Excelência, suprindo as necessidades hoje patentes em termos culturais, de recreio, lazer ativo e de serviços adequados de animação.

A compra das Termas não resolve o problema do setor, se não for de imediato considerado a imperativa necessidade – sempre adiada e não valorizada – da estruturação de um Plano de Pormenor para o seu território meritório para obter a classificação de Estância Termal. Este investimento não deve ser visto como local, mas concelhio e regional, pois a estratégia focada no ativo “Termas de Caldelas” visa a sustentabilidade e a competitividade do destino Estância Termal de Caldelas como uma âncora nucleadora de outras ofertas turísticas concelhias e regionais, tais como o Turismo Religioso e Patrimonial, Ambiental, Rural e Cultural, Gastronómico e dos Vinhos, de Desporto e Aventura, indo ao encontro dos fluxos de procura quer a nível nacional quer a nível internacional. A excelência na criação da Estância Termal de Caldelas funcionará como polo radiador da oferta concelhia e regional atrativa para os movimentos turísticos do séc. XXI.

 

Elsa Costa [Membro da Assembleia de Freguesia da UF Caldelas, Sequeiros e Paranhos]

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