Intervenção no Sistema de Abastecimento de água, melhoria das condições de mobilidade entre as escolas, requalificação da Piscina Municipal Coberta, conclusão das obras em curso na Rede viária e Património Cultural a Norte do concelho são as grandes intervenções para o próximo ano.
Com um orçamento superior a 16 milhões de euros, as Grandes Opções de investimento do Município de Amares para 2022 estão direcionadas para as Funções Sociais, que absorvem 62% do investimento (mais de 3 milhões e 300 mil euros).
A melhoria do sistema de abastecimento de água, tal como havia sido assumido pelo Presidente do Município, Manuel Moreira, é uma obra que terá passe prioritário no orçamento para 2022, com valores de 800 mil euros. Para além da Interligação do depósito da Senhora da Paz às Cerdeirinhas, a substituição da conduta de água entre a rotunda do Campelo e a rotunda de Lago terá obrigatoriamente de ser feita, na sequência das obras que serão iniciadas na Estrada Nacional 205 por parte das Estradas de Portugal.
O Desporto, Recreio e Lazer prevê verbas de 2 milhões de euros, destinados ao Projeto da Mobilidade que visa a criação de condições de circulação em segurança das crianças e jovens que frequentam as instituições de ensino, através da construção de uma rede pedonal entre a Rua da Senhora do Ó, a Escola Secundária, a EB23 e o Centro Escolar de Ferreiros.
Contempla, ainda, a construção de novas paragens em zonas deficitárias do concelho e uma intervenção na entrada do concelho em Lago. A requalificação da piscina coberta, uma valência que serve uma franja considerável de pessoas das mais diversas idades por questões de lazer, desporto e formação, é outro dos grandes objetivos para o próximo ano.
“O primeiro orçamento deste mandato corresponde à aproximação do fim de mais um ciclo de fundos comunitários, numa fase em que todos nos procuramos reorganizar perante as consequências sociais e económicas da pandemia e o quadro de instabilidade política do país. Com objetivos elencados e bem definidos olhamos com confiança para o futuro do nosso concelho. Sabemos que os próximos anos serão de grande exigência e de transformações estruturais na dinâmica das autarquias. É com muita garra, criatividade, empenho e foco que continuamos a trabalhar na concretização dos objetivos que temos traçados e que foram validados pela população que representamos e somos chamados a servir. Nos próximos 4 anos, avançaremos de forma planeada e estruturada para a execução dos compromissos que assumimos”, sublinha o Presidente do Município de Amares, Manuel Moreira.
Para além das ações anteriormente elencadas, o ano de 2022 será voltado para o norte do concelho com intervenções muito ambicionadas e que pretendem impulsionar definitivamente um património de valor incalculável e desencadear um verdadeiro salto qualitativo no turismo religioso e economia. Nesse sentido, estão definidas verbas de 500 mil euros para a criação de um centro interpretativo no Mosteiro de Bouro (obra que se prolongará para 2023) e 350 mil euros destinada a Ações de Qualificação de produtos turísticos, onde se incluí uma intervenção no terreiro da Abadia e a criação de uma Loja de Turismo junto ao Santuário.
As intervenções na rede viária absorverão verbas de 500 mil euros e estarão focadas na conclusão das obras em curso: na estrada municipal 535 que liga Vilela-Seramil; estrada municipal 568 que liga Ferreiros-Barreiros e a requalificação da Rua da Cova, em Rendufe.
As despesas correntes correspondem a 66% da despesa do município.
Para além dos investimentos em infraestruturas, Manuel Moreira assume o compromisso de continuar a canalizar verbas para a melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento de áreas estratégicas da democracia como a Saúde, Educação, Ação Social e Cultura.
“Nos últimos quatro anos investimos mais de meio milhão de euros em vacinas, medicação e apoio ao arrendamento, e cerca de 4 milhões em refeições escolares, transportes, manuais e bolsas de estudo. Os amarenses têm hoje acesso a um conjunto de medidas de apoio que tornam o nosso concelho mais atrativo para viver e crescer, sendo Amares reconhecida pelo observatório das famílias, pelo quarto ano consecutivo, como um concelho familiarmente responsável. Vamos continuar a implementar a mesma política social”, refere Manuel Moreira.
Assim, no capítulo “despesas correntes”, destacam-se como atividades mais relevantes a verba de 1 milhão 155 mil euros para a Educação que continua a ser uma prioridade da ação do município, com 480 mil euros destinados a transportes escolares de todos os alunos, 450 mil euros para a componente de apoio à família, 180 mil euros para a confeção de refeições nos centros escolares e 40 mil euros para bolsas de estudo e prémios de mérito. A Ação Social merece também particular relevo com 120 mil euros, designadamente para o apoio à medicação e ao arrendamento, assim como as instituições recreativas e desportivas com 390 mil euros.
As juntas de freguesia absorvem 677 mil euros, sendo que o Presidente do Município reforça a “total confiança no trabalho que tem sido desenvolvido pelos Senhores Presidentes de Junta que, no mandato anterior, receberam mais de 5 milhões de euros da Câmara Municipal para gestão do território”.
Os documentos foram aprovados, hoje, em Reunião do Órgão Executivo, com 4 votos a favor e 3 abstenções dos vereadores eleitos pelo PS e vão ser apreciados em Assembleia Municipal no próximo dia 17 de dezembro.
Oposição
Coube ao vereador do PS, Pedro Costa, a intervenção mais aprofundada sobre o plano e orçamento municipais para 2022 que vertem “um modelo de gestão com o qual não concordamos” que vem dos anos anteriores. Com “uma tendência que vem de há muito tempo”, Pedro Costa lembrou que as despesas correntes são superiores às receitas e à custa do aumento de tarifários.
As despesas com pessoal que aumentaram “meio milhão de euros”, de 4,3 para 4,8 milhões correspondendo a 26% das despesas e 30% da despesa corrente, “têm vindo a crescer e vão asfixiar as contas municipais”.
Para Pedro Costa, este aumento não tem a ver com questões salariais, mas com a entrada de pessoas: “vamos ter um grave problema financeiro no futuro”.
Quanto ao PPI, Pedro Costa diz que “é mais pobre do que se estava à espera, não há verba para saneamento, planos para a rede viária e as obras freguesias não têm dotação”. O socialista louva a inclusão da conduta de Lago a Rendufe, a requalificação da piscina e os projetos para a Abadia e Bouro.
Manuel Moreira respondeu lembrando que “vosso modelo de gestão foi sufragado há dois meses e perdeu, é um modelo que não ganha eleições nem dá votos”.
Valéria Silva, do PS, lamentou que não haja, no plano, propostas para a produção de emprego, incentivos às empresas e melhorias nos parques industriais.