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Restauração no Vale do Homem com crescimento acentuado em 2022

O ano de 2022 foi de recuperação acentuada da economia com taxas de crescimento muito significativas, de forma geral, em todos os sectores de atividade. A título de exemplo, a restauração teve em dezembro o melhor mês de sempre e no sector do alojamento foram ultrapassadas as receitas obtidas em 2019. Os dados são da Associação Empresarial de Braga.

Apesar de 2022 ter ficado marcado pelo despoletar de uma guerra, o aumento do preço dos combustíveis, o aumento das taxas de juro e a escalada da inflação, o certo é que acabou por ser um ano “de recuperação acentuada da economia” nos concelhos da área de intervenção da Associação Empresarial de Braga (Braga, Amares, Vila Verde, Terras de Bouro, Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho).

O diretor-geral da AEB referiu nos concelhos da área de influência da Associação, a restauração registou em 2022 um crescimento notável, sendo mais significativo em Vila Verde (+70% com 10,6 milhões de euros de receitas), Amares (+54% com 4,9 milhões de euros de receitas), e Póvoa de Lanhoso (+ 68%, com 11,6 milhões de receitas).

Terras e Bouro e Vieira do Minho registaram crescimentos, de 32% e 24 %, respetivamente. Rui Marques explica que o crescimento não foi tão expressivo como nos outros municípios, uma vez que estes também foram concelhos que, com a pandemia, acabaram por beneficiar da sua interioridade. Aliás, a situação é idêntica no alojamento, em que estes concelhos registam taxas de crescimento, mas menos expressivas do que nos outros pois foram localidades que acabaram por beneficiar da procura dos turistas durante a fase pandémica.

Segundo os dados da SIBS relativos a pagamentos electrónicos, o sector do alojamento gerou receitas, no concelho, de Braga, no valor de 21 milhões de euros, mais 58 face a 2021. O ano de 2022 fechou com cerca de 620 mil dormidas, um número inferior a 2019, que foi o melhor ano de sempre para Braga.

Relativamente ao comércio e serviços, a AEB já perspetivava um bom desempenho da economia e prova disso é a estimativa que avançou em novembro sobre o desempenho durante o mês de dezembro. Na apresentação do programa ‘Braga é Natal’ foram avançados números de 250 milhões de euros em transações económicas no concelho de Braga. Esse valor foi largamente superado, tendo sido registadas transações no valor de 259 milhões de euros durante dezembro, mais 24% do que no mesmo mês de 2021, sendo que desse valor, 192,2 milhões de euros referem-se a pagamentos electrónicos e 67,3 milhões de euros a pagamentos em numerário.

Olhando para um período mais alongado, para todo o ano de 2022, o concelho de Braga, no sector do comércio e serviços registou um crescimento de cerca de 27%.

Dezembro foi o melhor mês de sempre para restauração
O sector da restauração teve em Dezembro o seu melhor mês de sempre, constatação feita feita através dos pagamentos electrónicos que, no concelho de Braga, atingiram os 14,2 milhões de euros, mais 46% do que no mês homólogo de 2021. Na globalidade do ano, o sector registou receitas, por via de pagamentos electrónicos, de 124,5 milhões de euros. Foram mais 61% do que em 2021.

O ano de 2022 fica marcado pelo crescimento muito significativo das exportações. Os números de Dezembro ainda não estão fechados, mas os dados até agora conhecidos mostram que as empresas de Braga estão a exportar mais 20% face a 2021.

Até ao final de Novembro, o concelho de Braga contabilizava já 1600 milhões de euros em exportações, um crescimento de 20% face ao período homólogo de 2021.

A seguir a Braga, Póvoa de Lanhoso mantém-se como segundo concelho mais exportador na área de abrangência da AEB. O concelho tinha, até Novembro, realizado 104,2 milhões de euros em exportações, um número ligeiramente superiores (mais 3%) ao do período homólogo de 2021.

O destaque vai, porém, para o concelho de Vila Verde, cujo desempenho em termos de exportações tem vindo a crescer de forma sustentada. O concelho contava até Novembro com 69,9 milhões de euros em exportações, mais 36% do que no mesmo período de 2021.

De notar ainda Amares contabilizava até Novembro 23,2 milhões de euros em exportações (mais 5%), Vieira do Minho 4,5 milhões de euros (mais 48%) e terras de Bouro 1,1 milhões de euros (mais 327%).

Falta de mão de obra
O ano passado fica ainda marcado por níveis de desemprego historicamente baixos nos concelhos da área de influência da AEB. Aliás, há sectores como os da fileira do turismo ou da construção civil onde escasseia a mão-de-obra, algo que está a ser minimizado com a contratação de imigrantes.

Segundo a AEBraga há sectores como a restauração e a hotelaria, na fileira de turismo, com bastante dificuldade a recrutar. O mesmo ser passa na construção civil em várias áreas da indústria, nomeadamente na têxtil.

Em 2015, Portugal tinham pouco mais de 15 mil estrangeiros inscritos na Segurança Social. Em 2022 eram 630 mil. Com a flexibilização que houve no último trimestre, já há 144 mil estrangeiros, sobretudo de Marrocos, Índia e Cabo Verde, que demonstraram disponibilidade para vir trabalhar para Portugal.

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