O documentário Soajo, uma comunidade multicultural, realizado no âmbito do projeto Rostos da Aldeia, foi distinguido com quatro prémios na edição 2025 do ART&TUR – International Tourism Film Festival, um dos mais reconhecidos festivais de cinema de turismo em todo o mundo e que decorreu no final da semana passada no Fundão.
Na competição nacional, o filme sobre a aldeia do Soajo conquistou o 1.º lugar na categoria Cultura & Património, distinguindo a aldeia de Soajo como um território vivo, marcado pela preservação das tradições e pela abertura à multiculturalidade.
Na competição internacional, arrecadou mais três distinções de relevo, nomeamente o prémio de Best Documentary, um dos mais importantes de todo o certame, e ainda o 1.º Prémio na Environment & Ecology e o 1.º Prémio (ex-aequo) na categoria Culture & Heritage.
“Soajo, uma aldeia multicultural” mostra esta localidade situada na serra do Soajo, no coração do Parque Nacional da Peneda-Gerês, e como ela se tornou um espaço de encontro entre culturas, preservando simultaneamente tradições ancestrais e integrando novos habitantes que a enriquecem. O minidocumentário, com cerca de 12 minutos de duração, mostra o Soajo como uma terra que o turismo pôs no mapa, mas que os locais têm sabido preservar. Mais do que biblioteca ou museu, mostra-se um ser vivo e vibrante, onde o passado e o futuro se encontram, com gentes de todas as idades e mundividências.
“Este prémio é um reconhecimento não só do nosso trabalho, mas sobretudo das pessoas do Soajo, que nos abriram as portas e partilharam as suas histórias. O documentário é delas e para elas”, sublinha Tiago Cerveira, realizador do filme.
“Com o Rostos da Aldeia queremos criar memória e valorizar as comunidades que fazem o interior de Portugal. É muito gratificante ver esse esforço reconhecido num festival internacional desta dimensão”, acrescenta Luísa Pinto, produtora do projeto.
“Estes prémios mostram que as aldeias portuguesas têm histórias com relevância global. É um orgulho ver o nosso património humano e cultural reconhecido lá fora”, reforça Filipe Morato Gomes, cocriador do projeto e autor do blog Alma de Viajante.
Com os prémios obtidos no ART&TUR, o projeto Rostos da Aldeia reafirma a sua missão de dar visibilidade às comunidades rurais, promovendo o património cultural, social e humano do interior do país, em Portugal e no mundo.
Sobre o projeto Rostos da Aldeia
O projeto Rostos da Aldeia é uma iniciativa de recolha, preservação e divulgação de histórias de vida das aldeias portuguesas, através de fotografia, vídeo e narrativa jornalística. Foi fundado há quatro anos pela jornalista Luísa Pinto, o blogger Filipe Morato Gomes e o videógrafo Tiago Cerveira, e conta com a assinatura do compositor Daniel Pereira Cristo na criação das bandas sonoras originais. O objetivo é criar memória, valorizar o património imaterial e dar voz às comunidades que habitam e transformam o mundo rural.