Curiosidades

Diabetes não afeta só humanos e veterinária explica como detetar sinais em cães e gatos

No Dia Mundial da Diabetes, é importante lembrar que esta doença metabólica também pode afetar patudos. A diabetes ocorre quando o organismo não produz insulina suficiente ou não a utiliza corretamente, causando níveis elevados de glicose no sangue. Cães e gatos podem desenvolver esta condição, que exige monitorização veterinária, tratamento adequado e, em muitos casos, administração de insulina.

“O diagnóstico precoce da diabetes é absolutamente fundamental para proteger a saúde dos animais. Esta é uma doença que pode evoluir rapidamente e, se não for identificada a tempo, compromete seriamente o bem-estar do animal, tornando o tratamento mais complexo e limitando a sua qualidade de vida. Observar os sinais e agir atempadamente permite intervir de forma eficaz e reduzir riscos”, explica Elena Díaz, médica veterinária na Kivet, clínicas veterinárias da Kiwoko.

Sede aumentada e micção frequente
Um dos sinais mais comuns da diabetes em cães e gatos é a polidipsia (sede excessiva) e a poliúria (aumento da frequência urinária). Estes sintomas surgem devido à hiperglicemia crónica, que provoca excesso de glicose na urina. O organismo tenta eliminar este excesso através da urina, resultando em desidratação progressiva.

Nos cães, estes sinais podem ser acompanhados de urina com cheiro adocicado, enquanto nos gatos, a micção fora da caixa de areia é frequente. A deteção precoce destes comportamentos pelo tutor permite ao veterinário realizar análises de sangue e urina para confirmar o diagnóstico e iniciar tratamento adequado.

Perda de peso apesar do apetite normal ou aumentado
A perda de peso é um sinal crítico em animais diabéticos. Apesar de apresentarem apetite normal ou aumentado, não conseguem metabolizar a glicose de forma eficiente. Como resultado, o organismo recorre às reservas de gordura e proteína muscular para obter energia, levando à perda rápida de massa corporal.

Nos gatos, esta perda de peso pode ser subtil e gradual, tornando a observação atenta do tutor essencial. Nos cães, a redução de peso é muitas vezes mais evidente, acompanhada de pelagem opaca. A intervenção veterinária precoce pode evitar a progressão para estados de desnutrição e complicações metabólicas graves.

Letargia e fraqueza
A diabetes afeta a capacidade do organismo de fornecer energia às células, o que se traduz em fadiga, apatia e desinteresse por atividades normais. Animais afetados podem recusar brincadeiras, recostar-se por longos períodos ou apresentar dificuldade em manter a postura.
Este sintoma é frequentemente ignorado por tutores, mas é um indicador precoce de hiperglicemia não controlada. Nos casos mais avançados, a letargia pode evoluir para colapso, reforçando a necessidade de avaliação veterinária imediata.

Infeções recorrentes
Animais com diabetes têm maior predisposição a infeções bacterianas e fúngicas, especialmente do trato urinário, gengival e da pele. A hiperglicemia crónica compromete o sistema imunológico, tornando o organismo menos capaz de combater estes problemas.

É frequente observarem-se infeções repetidas, resistentes a tratamentos convencionais, em animais não diagnosticados ou com diabetes mal controlada. O acompanhamento veterinário regular, com análises periódicas, é essencial para prevenir e tratar estas complicações.

Alterações na visão
Nos gatos diabéticos, a diabetes pode levar ao desenvolvimento de cataratas e alterações visuais significativas, enquanto nos cães, as complicações oculares são menos comuns.

A deteção precoce de alterações na visão permite intervenção médica, podendo atrasar ou reduzir a progressão de complicações oftalmológicas graves. Exames oftalmológicos periódicos são recomendados em animais diabéticos, sobretudo em gatos mais velhos ou com histórico de hiperglicemia prolongada.

Deixe um comentário