A Guiné-Bissau vive um momento histórico no ensino superior. O mestrado em Língua Portuguesa da Escola Superior de Educação – Unidade Tchico Té é o primeiro do país e arrancou em Novembro. A sua coordenação científica cabe a Micaela Ramon, professora do Departamento de Estudos Portugueses e Lusófonos da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas (ELACH) da Universidade do Minho.
A aula inaugural desta pós-graduação juntou o ministro da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica, Queba Djaite; o diretor da ESE-Tchico Té, Ibraima Djaló; o embaixador de Portugal em Bissau, Miguel Cruz Silvestre; a embaixadora e enviada especial de Portugal para África, Rita Laranjinha; além dos docentes do conselho coordenador do mestrado e de Micaela Ramon.
A ELACH-UMinho é responsável pela criação, desenvolvimento e implementação deste curso de dois anos. Financiado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, o projeto conta com vários docentes da UMinho a lecionar presencialmente as unidades curriculares em formato intensivo e, também, com professores guineenses de reconhecido mérito, garantindo a qualidade e a sustentabilidade do mestrado.
O ministro Queba Djaite destacou que este curso “vai fortalecer a pesquisa e o ensino nos domínios da literatura, cultura e educação”, contribuindo para o desenvolvimento académico e institucional do país. Já Miguel Cruz Silvestre salientou que o investimento na educação representa quase metade do programa de cooperação entre Portugal e Guiné-Bissau, logo “é um orgulho que este primeiro mestrado seja dedicado à língua que nos une e que é também ferramenta de futuro, de ciência e de cidadania”. Por seu turno, Micaela Ramon referiu que os guineenses vivem “uma nova etapa na oferta de formação avançada em Língua Portuguesa, até aqui limitada ao grau de licenciatura, e alarga-se assim as possibilidades de investigação, especialização e qualificação científica”.
Entretanto, a UMinho presta igualmente suporte científico na reforma do ensino básico da Guiné-Bissau, liderada pelo Governo e com apoio do Banco Mundial, UNICEF e Fundação Calouste Gulbenkian. O ano letivo anterior viveu uma “revolução”, com inovação e currículos comuns nas escolas do 1º ciclo, desde manuais para alunos a guias e materiais digitais para docentes. A ação deve ser alargada paulatinamente no país ao 2º ciclo, ensino acelerado e final do pré-escolar. Da UMinho participam docentes do Instituto de Educação, da Escola de Ciências, da ELACH e do Instituto de Ciências Sociais. Estes projetos reafirmam o compromisso da UMinho com a cooperação académica no espaço lusófono.
