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Museu dedicado ao cavalo é um dos segredos mais bem guardados de Ferreiros, Amares (vídeo)

É um dos segredos mais bem guardados de Amares.

Não está acessível ao grande público, mas quem quiser visitar pode sempre pedir ao proprietário. Um museu dedicado ao cavalo e à arte de bem cavalgar está situado dentro da Quinta dos Ferrage, em Ferreiros, dando seguimento à paixão de Manuel Silva.

Descendente de ferreiros, daí o nome da quinta, tem vindo a adquirir material e objetos para enriquecer o museu.

Sheriff, Satã, Perseu, Pérola, Ural, Bonita, Zorro, Paca ou Trovão. São alguns dos nomes afixados, logo à entrada, no teto, do museu. Nomes de cavalos que passaram pela família ou com quem a família conviveu.

Alguns deles foram, também, escolhidos para batizar as diferentes casas que compõem esta quinta de turismo local.

Cortinas abertas, o mundo cavalar destapa-se aos olhos.

Carruagens, arreios, ferraduras, chicotes, selas feitas de vários materiais, com mais ou menos uso ‘obrigam’ a uma visita mais demorada e minuciosa. Todos os objetos incluídos no espólio do museu têm as mais diversas proveniências: “uns vêm da família, outros foram adquiridos a vários ‘cavaleiros’”.

As carruagens vieram de Vila Verde, “pertenciam a um médico”, e foram adquiridas à família. No espaço é ainda possível perceber as diferentes formas de aparelhar um cavalo, de fazer nós e ou de ajustar a sela.

Um pormenor, não há cavalos verdadeiros, mas as imitações feitas de diversos materiais servem, perfeitamente, para ilustrar esta arte.

No entanto, neste museu há, também, muitos objetos ligados à forja, uma tradição muito ligada aos cavalos, sobretudo, por causa do ferrar do cavalo.

Por isso, é possível ver formóis e bigornas de diferentes tamanhos. Até os sacos de ração têm um cantinho especial.

Quinta dos Ferrage

Manuel Silva divide a sua vida entre Portugal e França. Foi lá que aprendeu o gosto pelo campo e pelos cavalos. “A viver perto de Paris, ia todos os fins-de-semana à Normandia”.

Uma herança familiar deu-lhe um terreno com uma casa e, lentamente, foi adquirindo aos familiares os hectares à volta.

Hoje são 18 mil metros quadrados dos quais 20% com implantação urbana, isto é, ao longo de todo o espaço estão construídas sete casas que funcionam como peças de puzzle.

“Tanto dão para quatro pessoas como dão para 12 pessoas, sendo a capacidade máxima de 60 pessoas, que podem fazer as suas férias tranquilamente”.

Churrasqueira, salão de convívio e de jogos, campo de ténis, piscina que pode ser coberta, jacuzzi e divertimentos para os mais pequenos convivem com o museu e um tanque do século XVIII.

Todas as casas estão devidamente equipadas e apetrechadas. Os clientes são, sobretudo, franceses e não houve cancelamentos para os meses de julho e agosto.

Fonte do século XVIII

Uma das ‘joias da coroa’ da quinta é uma fonte do século XVIII, devidamente restaurada e declarada de interesse nacional. Por isso, “não pode sair do país” refere Manuel Silva concretizando: “se quiser, pode ir para qualquer ponto de Portugal, mas se atravessar a fronteira passa a ser crime”.

O recomeçar após a pandemia está a ser feito lentamente. As anulações foram sendo feitas de 15 em quinze dias conforme se alargava o período que impedia a circulação das pessoas.

No entanto, no mês de junho já se sentiu um cheirinho daquilo que se espera venha a ser a retoma: “já tivemos algumas pessoas a fazer marcações”.

Também direcionada para casamentos ou outras festas familiares e para reuniões e encontros da mais diversa ordem, a quinta, pelo fato de ter no seu perímetro uma vasta área verde, tem acolhido muitas pessoas que decidem fazer uma festa diferente.

“Não temos condições para fazer refeições, mas temos todas as condições para proporcionar um catering diferente e isso é dos fatores de maior procura”.

O passa a palavra tem sido o método mais eficaz de divulgação da quinta: “temos clientes certos que, se por algum motivo não podem vir, arranjam outros para virem no seu lugar”, revela Manuel Silva.

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