NACIONAL

Costa admite confinamento como “em março”, mas sem fechar escolas

António Costa falou ao país após o Conselho de Ministros ter reunido, pela primeira vez em 2021, esta quinta-feira, dia 7 de janeiro, e um dia depois de Portugal ter batido o recorde diário de casos de Covid-19, com o registo de mais de 10 mil novos infetados com a doença, em apenas 24 horas.

O primeiro-ministro começou por anunciar que, hoje, o número diário de casos positivos de Covid-19 ficará também perto dos 10 mil. Por isso, “aquilo que o Conselho de Ministros aprovou foi estender as regras em vigor para os próximos sete dias, como medida cautelar. Mas este fim de semana vão aplicar-se por igual, a todos os concelhos com mais de 240 casos por cem mil habitantes – só 25 estão a salvo – a regra de proibição de circulação entre concelhos e de proibição de circulação na via pública após as 13 horas”.

Mesmo com estas medidas, perante o crescimento de casos de infeção e de internamentos, António Costa não escondeu que “provavelmente teremos de adotar medidas mais restritivas, a partir da próxima semana” porque “cada dia pode contar”.

“Pode ser útil não esperar por dia 15 para tomarmos novas decisões […]. Devemos ir ajustando as medidas à evolução da pandemia, tendo sempre em conta os dados mais atuais possíveis”, salientou o Chefe do Governo a partir do Palácio da Ajuda, referindo-se não só à evolução do número de casos diário, como à reunião de dia 12 de janeiro, no Infarmed.

“Lei não permite qualquer tipo de restrição à atividade política”
Já questionado sobre o impacto das novas restrições na campanha presidencial e nas eleições de dia 24 de janeiro, António Costa sublinhou que “a lei do Estado de Emergência não permite qualquer tipo de restrição à atividade política” e mostrou-se confiante com a realização das mesmas “em segurança”, dando o exemplo das eleições regionais dos Açores, que se realizaram em outubro. Contudo, com alguns “ajustes”.

“91% dos casos são de testes realizados anteontem”
Sobre as consequências do aligeiramento das medidas restritivas no Natal, o primeiro-ministro recordou que percebeu logo que seria “natural” que os casos aumentassem. Contudo, “os números de ontem e hoje são muito distintos e dispares dos do início da semana”” e, por isso, “temos que ver o que é efeito da maior circulação, o que é efeito de as pessoas terem testado menos no período das festas”.

“91% dos casos são testes realizados anteontem”, explicou António Costa.

“Podemos ter medidas semelhantes às de março”
Já no fim da sua intervenção, o primeiro-ministro admitiu um confinamento, como na primeira vaga da pandemia, se o número de casos diários de coronavírus em Portugal continuar a rondar os 10 mil.

“O cenário que podemos ter como provável são medidas semelhantes àquelas que tivemos em março, mas sem prejudicar o ano letivo como aconselham os especialistas”, frisou, acrescentando, no entanto, que, tal como “todos os especialistas indicam”, deve-se assegurar “o normal funcionamento das escolas”.

Além disso, revelou o primeiro-ministro, se foremadotadas mais medidas restritivas, no dia 12, após ouvir os especialistas do Infarmed, estas serão aplicadas “de imediato”.

Recorde-se que já foi aprovada a renovação do novo Estado de Emergência até 15 de janeiro.

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