CURIOSIDADES

Ratos paraplégicos voltam a caminhar graças a proteína inovadora

Cientistas criaram e injetaram uma proteína no cérebro de ratos paraplégicos. Após um par de semanas, os ratos recuperaram a capacidade de caminhar.

Não, não é milagre. Uma equipa de investigadores alemães conseguiu restaurar a capacidade de andar em ratos que ficaram paralisados após uma lesão medular. Para tal, criaram o protótipo de uma proteína que foi injetada nos cérebros dos roedores, e que estimula as suas células nervosas a regenerarem-se.

Outros estudos tinham mostrado potencial na restauração de algumas funções dos membros através de terapia de estimulação espinhal. Mas este novo estudo seguiu um caminho diferente, focando-se em reparar os axónios danificados com uma proteína a que os autores chamam de hiperinterleucina-6 (hIL-6).

O axónio é uma parte do neurónio responsável pela condução dos impulsos elétricos que partem do corpo celular, até outro local mais distante, como um músculo ou outro neurónio.

“Esta é a chamada citocina de autor, o que significa que não ocorre assim na natureza e tem de ser produzida através de engenharia genética“, explicou Dietmar Fischer, um dos autores do estudo, num comunicado divulgado no site da Universidade Ruhr-Bochum, na Alemanha.

Os cientistas usaram a hIL-6 em ratos que estavam paralisados de ambas as patas traseiras. Não só os neurónios motores próximos ao local da injeção começaram a produzir hIL-6, mas também a transmitiram a outros neurónios responsáveis por ações como andar.

Com uma única injeção e num curto espaço de semanas, os ratos voltaram a conseguir caminhar. Os resultados do estudo foram publicados, na semana passada, na revista científica Nature Communications.

“Em última análise, isto permitiu que os animais anteriormente paralisados que receberam este tratamento começassem a andar após duas a três semanas. Isto foi uma grande surpresa para nós no início, pois nunca tinha sido possível antes, após paraplegia total”, admitiu Fischer.

Os investigadores dizem que o próximo passo é testar a eficácia do tratamento, em ratos, quando a injeção é administrada semanas depois da lesão e não imediatamente depois. A esperança dos cientistas é que um dia esta terapia possa ser aplicada em humanos, embora ainda haja muito trabalho de investigação pela frente.

Daniel Costa, ZAP //

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