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Exposição e livro sobre Santo António de Mixões da Serra são destaque das Antoninas de Vila Verde

A Câmara de Vila Verde apresentou, hoje, um livro de fotografias dedicado a Santo António Mixões da Serra. Uma publicação que marca o programa das Antoninas de Vila Verde, este ano, condicionadas pela pandemia. O livro, cujas fotografias são de Alfredo Cunha conta, em imagens, uma das mais antigas tradições da região. Um momento que contou com a participação da banda de música de Aboim da Nóbrega.

Paralelamente, foi inaugurada uma exposição, na Biblioteca de Vila Verde, com fotografias referentes a Santo António de Mixões da Serra da autoria de Alfredo Cunha.

No âmbito da candidatura ao Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos – Provere Minho Inovação – Ação Âncora – PA3- Aldeias de Portugal/ Animação Cultural, “Animação Sócio Cultural de Stº António de Mixões da Serra” surgiu a oportunidade de editar um livro para memória futura.

“Um livro de arte, uma história em imagens fotográficas, um relato com alma que vai eternizar toda uma população que vive a sua fé de forma intensa e dedicada”, diz a Vereadora da Cultura ao ‘Terras do Homem, considerando que “o livro ‘A Bênção dos Animais’ é o tesouro que faltava na história de nosso concelho”.

A vereadora da Cultura considera que “Santo António de Mixões da Serra é muito mais que uma romaria do Minho, é a grande festa da essência de ser Português. Ganhou fama por ser única, diferente. Ali acorrem milhares de pessoas que pedem a proteção de Santo António de Lisboa, o santo “advogado” dos animais”.

O domingo anterior ao dia 13 de junho, dia da romaria, leva ao alto da serra lavradores e pastores, cavaleiros, crentes e não crentes, e “todo o povo que não quer perder a bênção e a mística local. Fotógrafos, jornalistas, etnógrafos, cineastas de Portugal e do mundo, ali captam imagens, únicas, pitorescas, especiais. A romaria é tão peculiar que ninguém fica indiferente, ninguém esquece e todos lá querem voltar no ano seguinte”, acrescenta ainda Júlia Fernandes.

“Existe um infinito de fotografias captadas em Santo António de Mixões da Serra!”, explica Júlia Fernandes justificando a escolha de Alfredo Cunha que cumpre 50 anos de carreira dedicada à fotografia.

“Ficou conhecido na história do foto jornalismo por todo um registo fotográfico que inclui os mais emblemáticos retratos da “Revolução dos Cravos”, para além de ter sido editor de fotografia de jornais como o Século, o Público, Jornal de Nocias, agências Anop, NP e Lusa. Exerceu os cargos de fotógrafo oficial dos Presidentes da República – Ramalho Eanes e Mário Soares. Recebeu várias distinções e prémios, mas temos de destacar a medalha de mérito municipal de Vila Verde atribuída em 2020, pelos seus relevantes serviços ao país”.

A vereadora lembra que “durante mais de 20 anos que se emociona e fotografa esta histórica romaria. Aqui conheceu o saudoso Padre António Marques, grande impulsionador desta romaria, que ficou célebre por durante décadas ter procedido à bênção dos animais e por ter servido até ao fim da sua vida as comunidades que o acolheram com respeito, com bondade e dedicação. Neste livro, o autor presta homenagem ao Padre Marques, de quem se tornou amigo”.

Alfredo Cunha afirma que “já poucas exposições me emocionam, mas esta é especial por ser no sítio onde escolhi para viver. Ter escolhido viver aqui abriu o tempo mais produtivo da minha vida profissional. Aqui produzo provavelmente o dobro daquilo que produzia antes”.

“Quando desembarquei nesta Romaria a minha sensação é que tinha feito uma viagem no tempo. Comecei a fotografar desenfreadamente e nunca mais parei. Levei vários fotógrafos e várias pessoas à Romaria e foi sempre surpreendente”, sublinha

O Fotojornalista refere que “ao longo dos anos foi nascendo o desejo de fazer um projeto sobre esta cerimónia. Muitas destas fotografias que estão aqui hoje já são clássicos da fotografia portuguesa. Uma ou outra já estão noutros livros meus”.

“O que me impressiona é a ligação entre as pessoas e os animais. Sempre achei que este livro devia existir e é, sem dúvida, a realização de um sonho e uma homenagem ao Padre António”. Alfredo Cunha remata afirmando que “quando me perguntam se agora vivo em Vila Verde, digo que sou fotógrafo de Vila Verde”.

A apresentação e do livro e contextualização histórica ficou a cargo de Adélia Santos, gestora cultural do Município de Vila Verde e a cerimónia de abertura foi abrilhantada pela atuação da Banda Musical de Aboim da Nóbrega.

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