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CR7 está a demolir campo de futebol na mansão do Gerês

Cristiano Ronaldo começou a demolir o campo de futebol da sua mansão, no Gerês, depois de há quatro meses ter desmantelado a chamada Casa do Caseiro, situada na propriedade, na sequência das imensas irregularidades urbanísticas detetadas ao longo de toda a Albufeira da Caniçada pela Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT).

A ação teve a colaboração com a GNR da Póvoa de Lanhoso, que com a sua embarcação baseada na Marina de Rio Caldo, em Terras de Bouro, percorreu o leito do rio Cávado, depois dos próprios militares da GNR terem autuado muitas ilegalidades.

Depois de CR7, só por mera prescrição, ter escapado a uma acusação por falsificação de documentos e violação de regras urbanísticas, nem assim deixou de ter de regularizar tais desconformidades, com o projeto inicial, o único aprovado.

Para o local do campo de jogos estava prevista a manutenção e a melhoria de um bosque, mas houve alterações ao projeto, sem prévia autorização, uma das quais relacionados com a construção de um heliporto na propriedade, a fim de aceder à moradia com helicóptero.

Cristiano Ronaldo e Pepe
Cristiano Ronaldo continua a ser o único detentor da moradia, na localidade de Assento, da freguesia de Valdosende, tendo sido ele próprio quem, a partir de um requerimento apresentado na Câmara Municipal de Terras de Bouro, pediu o alvará de demolição, que foi deferido, acabando a sua validade na próxima quinta-feira.

Toda a propriedade está em seu nome na Repartição de Finanças de Terras de Bouro e na Conservatória do Registo Predial, desde o ano de 2009, tendo o projeto sido delineado em 2010 e a construção começado entre finais de 2011 e terminada em 2012.

Há dois anos surgiu a notícia, nunca desmentida, da venda de todo o espaço, a Pepe, que ultimamente tem sido visto a usufruir da casa, deslocando-se geralmente num Bentley até Valdosende, admitindo-se que seja mesmo o dono de facto da moradia e de todos os seus anexos, num negócio ainda não registado junto das autoridades.

“Task-Force” para proteger a Caniçada
No concelho de Terras de Bouro, em todas as 24 construções fiscalizadas foram detetadas irregularidades, levando o inspetor-geral da IGAMAOT, José Brito e Silva, a avançar com uma task-force não só para colocar cobro à epidemia urbanística constatada, como ainda a evitar novas fraudes ao Plano de Ordenamento da Albufeira da Caniçada (POAC).

No município de Terras de Bouro, a IGAMAOT avaliou 24 construções, todas ilegais, 13 das quais no Parque Nacional da Peneda Gerês, sendo metade das intervenções em casas, cinco dizem respeito à consolidação ilegal de edifícios em domínio hídrico para apoio de praia e desportos náuticos e sete para o apoio a atividades económicas, concluindo aquela Inspeção Geral que as construções provocaram impactos na paisagem e no meio hídrico através da movimentação de terra, da abertura de acessos e da construção de muros de vedação e suporte, entre outras operações urbanísticas ali desenvolvidas à margem da lei.

Entre as operações urbanísticas avaliadas no concelho de Terras de Bouro, apenas seis foram precedidas de controlo prévio e quatro foram mesmo construídas à revelia do projeto aprovado, tendo a IGAMAOT concluído que nenhuma das operações urbanísticas objeto de análise cumpriu com as exigências dos regimes de salvaguarda e de gestão do Plano de Ordenamento da Albufeira da Caniçada ou ainda, com as regras de ocupação, uso e transformação do solo decorrentes e todas as demais disposições legais aplicáveis”.

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