Minho

Depois das marmitas, as amas estão a ser novamente vítimas nas mãos da Segurança Social de Braga.

As amas de Segurança Social de Braga, desde sempre foram responsáveis pela confeção da sopa e almoço das crianças que se encontram ao seu encargo.

No dia 1 de outubro de 2021, “as técnicas da segurança Social de Braga, decidiram, ‘de livre e espontânea vontade’, segundo diziam, devido a uma ordem de Lisboa, ligar às amas em tom de ameaça, que a partir desse dia, os pais teriam de enviar marmitas para os filhos poderem almoçar e que estas estariam proibidas de cozinhar para as crianças”, começa por referir uma das amas.

Houve um protesto dos pais em frente à Segurança social de Braga, os pais foram recebidos pelo Diretor e as marmitas nunca tiveram início, pois não houve indicação nenhuma para aquilo estar a acontecer.

O Despacho 11239/2022, de 19 de Setembro, veio trazer uma atualização e uniformização de valores do subsídio de alimentação recebido por criança, informação confirmada pela secretária de estado da Inclusão, “este valor apenas foi atualizado”.

“Na SS de Braga, como é costume, reina a confusão, livre interpretação e vontade de agir como bem entendem, sem rigor nem precisão e passado exatamente um ano do ‘caos das marmitas’, as amas foram novamente contatadas via telefone, e avisadas que, devido ao Despacho 11239/2022, de 19 de Setembro, as amas são agora obrigadas a dar não só a sopa e almoço, como sempre aconteceu, mas também os dois lanches, ou seja, assegurar toda a alimentação da criança, enquanto esta estiver ao encargo das amas”.

O despacho não refere nenhuma atualização relativa ao que as amas fornecem, apenas atualiza o valor. Foi exigida comunicação via email ou carta, com a devida fundamentação legal desta alteração de procedimentos. “Estas comunicações escritas foram assertivamente negadas e que estas seriam efetuadas individualmente e apenas por telefone”.

“A forma de agir das técnicas e coordenadora das amas tem se regido pela falta clareza e de regras, e apesar de todas as ordens ‘inventadas’ pelas mesmas, estas continuam e regular, vigiar, avaliar o trabalho das amas sem qualquer tipo de consequência, reinando a impunidade total. Fazem o que querem, dizem e inventam o que querem, sem necessidade de explicar ou fundamentar as alterações de procedimentos”, acrescenta ainda.

Em entrevista para o Primeiro Jornal, a Secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes, em tom de esclarecimento devido à confusão criada, refere que “…está muito claramente referido que este é um subsídio de preparação e confeção de alimentação, nunca foi um subsídio social, ao contrário do que se tem estado a tentar passar nas notícias”, mas pelos vistos é a própria Segurança Social que passa esta informação e não as notícias.

Afirma ainda que “este é um subsídio que foi atualizado agora”. A secretária de estado diz que não entende as dúvidas: “este montante não era atualizado desde 2012…o que fizemos foi uma atualização deste montante para que todas as crianças, independentemente do escalão de abono em que se inserem, passem a receber os 88 euros para a preparação da alimentação, confeção da alimentação pelas amas”.

“Tendo em conta todo o histórico de falta de informação, isenção de necessidade de resposta escrita ou comunicação escrita, impunidade e a não fundamentação legal destas ordens, venho exigir esclarecimentos relativamente a estes novos procedimentos e a devida fundamentação legal urgentemente, pois as amas irão receber as suas crianças dia 3 de outubro de 2022, segunda-feira e querem saber como devem agir e proceder”, pede Carla Gonçalves.

“Desta forma venho exigir também, a comunicação escrita de todas as alterações de procedimentos relativamente às amas e a referida fundamentação legal. Além de ser algo que não tem cabimento, em pleno ano de 2022, estar a telefonar individualmente a dezenas de amas, isto apenas demonstra falta de rigor e profissionalismo, dando azo a ‘diz-que-disse’, más interpretações e instabilidade no lar das amas”.

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