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Iniciativa consciencializa para o enfarte agudo do miocárdio nas mulheres

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) quer consciencializar para o enfarte agudo do miocárdio, uma doença cuja incidência continua a ser elevada. Sob o tema “O enfarte também é feminino!”, a iniciativa surge no âmbito do Dia Internacional da Mulher, que se assinala a 8 de março, com o objetivo de alertar a população para o facto de esta doença, também, atingir o sexo feminino.

“Todos os anos mais de 12.000 portugueses sofrem um enfarte agudo do miocárdio. É primordial que o tratamento ocorra o mais rapidamente possível, após o início dos sintomas. Os sintomas mais comuns de enfarte são a dor no peito, por vezes com irradiação para o braço esquerdo, costas e pescoço, acompanhada de suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade. Na presença destes sintomas é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 – e esperar pela ambulância”, explica Eduardo Infante de Oliveira, presidente da APIC.

Os dados do Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção (RNCI), desenvolvido pela APIC, indicam que, em 2020, foram realizadas 3.817 angioplastias primárias para o tratamento do enfarte agudo do miocárdio, um aumento de 2,5 por cento, face ao ano anterior. Cerca de um quarto dos doentes tratados foram mulheres com uma média de idade de 68 anos, com um índice de massa corporal médio de 29,5, 26 por cento das quais fumadoras.

“Em Portugal, a incidência do enfarte agudo do miocárdio continua a ser elevada. Esta realidade deve-se, em muito, ao estilo de vida contemporâneo que levamos. No mundo atual estamos constantemente sujeitos a elevados níveis de stress e de ansiedade, e as mulheres não são exceção, uma vez que, vão acumulando funções profissionais e ainda têm de fazer uma gestão familiar. Além disso, também os fatores de risco como hipertensão arterial, a dislipidemia, a diabetes, a menopausa, o tabagismo, o excesso de peso e o sedentarismo contribuem para o aumento do risco de desenvolver a doença”, afirma João Brum Silveira, Coordenador Nacional da iniciativa Stent Save a Life e da Campanha Cada Segundo Conta (APIC).

E acrescenta: “historicamente, em todo o mundo, o enfarte agudo do miocárdio tem sido considerado uma doença maioritariamente masculina, o que levou a que, “durante muitos anos, as mulheres fossem subdiagnosticadas e tratadas tardiamente”.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2018, registaram-se 4.620 mortes totais por enfarte agudo do miocárdio, que atingiram, maioritariamente homens, com uma relação de 136,2 óbitos de homens por 100 de mulheres. A idade média do óbito para as mulheres situou-se nos 81,4 anos.

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