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Exposição e conferência sobre a censura no Estado Novo com casa cheia na Biblioteca de Vila Verde

A biblioteca Municipal Professor Machado Vilela, em Vila Verde, inaugurou, na passada sexta-feira, a exposição “Livros proibidos no Estado Novo”, em colaboração com a Comissão de Homenagem aos Democratas de Braga, seguida da conferência “’Fora do mercado’: a censura ao livro e à leitura no Estado Novo”, proferida por Henrique Barreto Nunes.

A exposição contém uma coleção de dezenas de livros portugueses que foram proibidos durante o Estado Novo. Todos estes livros foram censurados por motivos políticos, ideológicos e ofensas às normas morais do tempo. Como gesto de profundo simbolismo estes livros estão atrás de grades e só poderão ser abertos depois do 25 de Abril. O público pode aceder a um QR code através do qual poderá escutar as razões do censor para a proibição de cada livro.

A inauguração da exposição antecedeu conferência de Henrique Barreto Nunes, um dos mais conceituados bibliotecários do país, sobre a censura do regime salazarista. O bibliotecário, que já publicou vários livros e prefácios, fez uma análise pormenorizada sobre a implementação, funcionamento e evolução da censura em Portugal, desde a Constituição de 1933, que estabelece o Estado Novo, até ao 25 de Abril. Destacou as repressões exercidas sobre a leitura de livros proibidos, quem os editava e publicava, mas sobretudo sobre os escritores cujas casas eram assaltadas, que eram presos/torturados e que eram votados a um silenciamento que incluía a proibição de mencionar o seu nome. “Apesar de todas estas medidas, entre os escritores, intelectuais e jornalistas, entre os editores e livreiros, houve sempre quem tivesse a coragem de escrever e de lutar através da pena, da palavra e da impressão”, concluiu.

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