Minho

Apresentação em Barcelos do livro ‘Este é o Tempo dos Monstros’ de António Avelãs Nunes

“Não posso dizer qual o dia e hora do fim do Capitalismo. Não sei se vai durar anos ou décadas. Mas uma coisa posso afirmar, o Capitalismo tem os séculos contados” afirmou António Avelãs Nunes em resposta a uma pergunta do público durante a apresentação do seu livro “O Mundo Velho Está a Morrer. O Novo Ainda Não Nasceu. Este é o Tempo dos Monstros”, da Editora Página a Página, realizada em Barcelos, na Casa da Juventude, inserida no Roteiro do Livro Insubmisso promovido pela Direcção da Organização Regional de Braga do PCP.

Coube a Luís Miguel Loureiro, doutorando em Ciências da Comunicação e professor da Universidade do Minho, enquadrar o livro e os seus conteúdos. Partindo da sua área de estudo – a comunicação – e da sua experiência como jornalista na RTP e noutros órgãos de comunicação social, ilustrou a forma como a comunicação social dominante na europa ocidental e nos EUA foi evoluindo no tratamento da guerra na Ucrânia, ao ponto de anular praticamente qualquer cobertura que abrangesse os dois lados do conflito e fosse ao fundo das questões. Referindo que a guerra na Ucrânia está em linha com outras guerras com um papel activo da NATO, do Iraque, passando pela ex-Jugoslávia, Síria ou Líbia, destacou o colossal investimento feito na propaganda de guerra para convencer os povos da existência do inimigo russo e da necessidade de o combater.
Classificando o livro como de leitura absolutamente obrigatória, destacou o direito à paz que assiste ao povos e elogiou o contributo desta obra para despertar consciências.

António Avelâs Nunes fez uma apresentação desenvolvida sobre a situação do mundo de hoje no qual, citando o intelectual norte-americano Noam Chomsky, os EUA são a maior ameaça à paz mundial. Referindo diversos exemplos de declarações de responsáveis políticos e militares de EUA, UE, NATO, França, Alemanha e Ucrânia, descreveu a forma premeditada e provocatória como os EUA foram provocando a Federação Russa para a guerra, ora expandindo a NATO até às suas fronteiras, ora subvertendo sucessivas acordos internacionais.

“E se o México ou o Canadá fizessem uma aliança militar com a Rússia ou com a China, como reagiriam os EUA?” perguntou António Avelâs Nunes, lembrando a chamada crise dos misseis em Cuba. Citando o Papa Francisco referiu “Andaram a ladrar às portas da Rússia”, provocando uma reacção deste país. Houve ainda tempo para lembrar as declarações de Macron e de Merkel que recentemente reconheceram que os acordos de Minsk 1 e 2 foram vistos pelos países ocidentais apenas como uma forma ganhar tempo para a guerra.

Pese embora a avaliação muito critica sobre a situação actual, o autor do livro partilhou uma mensagem optimista sobre o futuro, sublinhando que o mundo está a mudar, os povos estão a reagir ao imperialismo dos EUA e a forjar alternativas.

Vitor Bertolucci, da Organização Concelhia de Barcelos do PCP, valorizou a iniciativa como uma contribuição para a indispensável reflexão critica sobre o mundo em que vivemos e lembrou que ao longo de vários meses, o Roteiro do Livro Insubmisso percorreu diversos concelhos de Braga, com a divulgação de obras literárias sobre a resistência ao fascismo, a Revolução de Abril e as mudanças na contemporaneidade e garantiu que a DORBraga do PCP está já a preparar uma 2ª edição.

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