ULS de Guimarães “rouba” direito de amamentação a funcionárias
A administração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Guimarães está a “roubar” direito dos filhos das funcionárias a serem amamentados.
A denúncia parte do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) do Minho, que frisa que este é “um retrocesso civilizacional”.
Segundo a entidade, a administração do hospital decidiu “unilateralmente” que o direito a duas horas diárias de dispensa que as mães que amamentam têm direito, seria aplicado apenas a quem tenha filhos até 3 anos.
“Um atentado aos direitos das crianças apenas porque as mães são enfermeiras”, vinca, em comunicado.
A lei contempla a dispensa de duas horas diárias, que podem ser gozadas em dois períodos diferentes, cada um com a duração máxima de uma hora. A dispensa mantém-se enquanto durar a amamentação. No caso de gémeos, acrescem 30 minutos por cada criança, além da primeira.
Raquel Gallego, da SEP Minho, refere em declarações ao Notícias ao Minuto que a decisão foi anunciada em junho, que em julho as 2 horas concedidas por lei para quem amamenta ainda foram contempladas em horário, mas que em agosto já não.
“Reunimos com os recursos humanos, mas mostraram-se irredutíveis. Há cerca de seis enfermeiras afetadas, mas sabemos que a decisão foi tomada para todas as funcionárias, pelo que serão muitas mais mães”, afirma.
“Numa posição sem precedentes, a administração da ULS de Guimarães pretende limitar o direito da criança a ser amamentada a partir dos 3 anos de idade. Para fundamentar esta sua posição faz alusão à Organização Mundial de Saúde quando na realidade o que está por trás é impor limites à utilização da redução das 2 horas (ou mais) de trabalho diário”, acrescenta a nota do SEP.
O Notícias ao Minuto contactou a administração para pedir mais esclarecimentos e aguarda ainda retorno.