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Prevenção de quedas: um passo essencial para a segurança e qualidade de vida

As quedas são um problema comum a todas as faixas etárias, resultando frequentemente da perda de equilíbrio ou da incapacidade de recuperá-lo. No entanto, é na população idosa que o risco e as consequências das quedas são mais prevalentes e graves. Entre os doentes em hemodiálise, o risco de quedas é significativamente elevado, sendo entre 13% a 25%, superior, em comparação com a população em geral. Este aumento é ainda mais acentuado no período pós-hemodiálise, sugerindo um impacto negativo do tratamento no equilíbrio dos doentes.

Vários fatores contribuem para o elevado risco de quedas entre os doentes em hemodiálise. Entre eles, destaca-se a fragilidade física, a idade avançada e a história prévia de quedas. Além disso, as complicações da doença renal crónica, tais como problemas respiratórios e cardíacos, cansaço e fragilidade óssea, também são um fator a ter em conta.

Com o objetivo de mitigar este risco, a NephroCare Portugal implementou um Programa de Prevenção de Quedas, que visa identificar e reduzir a frequência de quedas e complicações entre os doentes em tratamento de substituição da função renal. Este programa inicia-se na admissão do doente na clínica, através da avaliação da pessoa doente, que inclui a aplicação da Escala de Morse para avaliação do risco de queda, que classifica os doentes em três níveis de risco: sem risco, baixo risco e alto risco. Com base nesta classificação, são aplicadas medidas preventivas, conforme o nível de risco identificado.

As medidas gerais incluem a instalação de pavimentos antiderrapantes nas áreas de maior risco de humidade (casas de banho e vestiários), a sinalização de desníveis (degraus e balanças), áreas com piso molhado e a colocação de barras de suporte nas zonas de circulação. Para os doentes classificados como de alto risco, as medidas específicas incluem a utilização de cadeiras de rodas com cinto de segurança, vigilância contínua por um profissional de saúde na sala de espera e a comunicação do nível de risco ao doente, ao seu cuidador e à entidade de saúde responsável.

A continuidade do programa é garantida através da avaliação trimestral do risco de queda, do registo de todas as quedas ocorridas na clínica e no domicílio, e da educação de doentes, cuidadores e profissionais de saúde.

No âmbito da prevenção das quedas no domicílio e para garantir a segurança nos pavimentos da casa, é preferível optar por pisos antiderrapantes, manter o chão livre de objetos, organizar os móveis de forma a não obstruir a circulação, substituir tapetes soltos por antiderrapantes ou fixá-los ao chão, e utilizar adesivo nas pontas dos tapetes que não estejam lisos. Em relação às escadas, deve-se instalar corrimãos em ambos os lados, remover ou prender os tapetes dos degraus e assegurar uma iluminação adequada do topo ao final das escadas.

Na casa de banho, é aconselhável preferir polibãs, instalar barras de apoio na banheira e na sanita, utilizar alteadores na sanita e assentos fixos no polibã ou banheira. Além disso, a iluminação da casa deve ser boa e, relativamente à roupa e calçado, os sapatos ou chinelos devem ter calcanhares reforçados e solas antiderrapantes.

Para quem utiliza auxiliares de marcha, o andarilho deve estar ajustado à altura da pessoa, com a parte superior alinhada com a anca, e as borrachas dos pés do andarilho devem ser verificadas e substituídas se estiverem desgastadas. Pessoas com pouca força ou dor não devem usar andarilho. No caso da cadeira de rodas, é importante verificar periodicamente as condições de segurança, incluindo pneus e sistema de travagem, travar sempre a cadeira e remover os descansos dos pés antes das transferências, e preferir cadeiras de rodas com sistema anti-volteio.

A prevenção de quedas é um componente essencial para garantir a segurança e a qualidade de vida dos doentes em hemodiálise. Implementando estas medidas, é possível reduzir significativamente o risco e as complicações associadas às quedas, promovendo uma vida mais segura e saudável para os doentes, aliás, em linha com o Plano Nacional de Saúde 2030 da Direção Geral da Saúde.

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