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Reformado de Braga com o “fascínio do fogo” fica em prisão preventiva

O alegado autor de oito incêndios florestais em Braga, no espaço de um mês e meio, ficou em prisão preventiva, ao princípio da tarde deste sábado, depois de ter sido detido pela Polícia Judiciária de Braga. A PJ diz que o homem, reformado, tem o “fascínio do fogo”.

A medida de coação foi aplicada por um juiz de turno do Tribunal de Braga, tendo em conta todas as provas recolhidas pela Polícia Judiciária, que monitorizou os passos do suspeito, de 50 anos, durante a investigação.

O arguido, reformado por invalidez, depois de um acidente que sofreu quando era operário da construção civil, reside na freguesia de Arentim, uma das mais fustigadas pelos fogos, que também atingiram a freguesia vizinha de Escudeiros.

Os incêndios imputados ao arguido ocorreram entre 19 de julho a 4 de setembro.

Na investigação, a PJ concluiu que, durante um mês e meio, o suspeito ateava os fogos sempre depois do almoço, alegadamente para se vingar de vizinhos e para ter o prazer de ver os meios e os bombeiros a apagar os incêndios.

“Com vigilância passivas, fomos vendo o suspeito nas manchas florestais, provocando as ignições após o almoço, num período do dia com mais perigosidade de progressão dos incêndios e mais elevadas temperaturas, mas carreamos outro tipo de provas”, informou o diretor da Polícia Judiciária de Braga, Rogério Magalhães. “Tudo indica que o arguido tinha o fascínio do fogo, de ver os bombeiros a atuarem e todos os meios de combate envolvidos, mas também mau relacionamento pessoal com quem estabelecia contactos”.

O suspeito, com notórias limitações físicas, terá ateado os incêndios com um isqueiro, causando um elevado número de ignições que por sua vez espoletavam os incêndios florestais, parte dos quais com grandes dimensões.

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