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Jorge Arrimar é o vencedor da 6ª edição do prémio de literatura dst Angola/Camões

O escritor angolano Jorge Arrimar é o grande vencedor do VI Prémio de Literatura dstangola/Camões, com a obra “CUÉLE – O PÁSSARO TROÇADOR”.

O prémio, promovido pelo dstgroup, em parceria com o Instituto Camões, dedicou-se nesta edição a obras de prosa, de autores angolanos, publicadas em 2022 e 2023.

O galardão, no valor de 15 mil euros, será entregue ao vencedor, na quantia correspondente em kwanzas, em Angola, em Abril.

O prestigiado júri constituído por José Mena Abrantes (Presidente), David Capelenguela e Amélia Dalomba constatou com satisfação a qualidade de grande parte das obras apresentadas este ano a concurso, o que tornou mais difícil a sua decisão final. Com efeito, pelo seu domínio da língua e da escrita literária, pela originalidade das suas temáticas, pela sua crítica quase sempre construtiva da realidade atual, essas obras merecem um lugar de relevo na nossa literatura. Infelizmente, tratando-se de um concurso literário, apenas uma pode ser vencedora.

“Depois de uma profunda e cuidada análise e do cruzamento das suas opiniões, o júri decidiu, por unanimidade, outorgar o prémio deste ano à obra “CUÉLE – O PÁSSARO TROÇADOR”, de Jorge Arrimar, um fresco grandioso e muito bem documentado sobre uma região de Angola raramente presente na nossa literatura”, explicou o júri.

“O autor tem perfeito domínio da sua expressão, tanto na escrita e na definição das diferentes personagens, como no rigor como caracteriza modos de ser, tradições e comportamentos dos vários estratos sociais, quer do lado africano, quer do lado europeu, num momento decisivo do desenvolvimento do Sul de Angola, na transição do século XIX para o século XX”, acrescentou ainda.

Jorge Arrimar concilia, assim, na opinião do júri, “com naturalidade, num estilo simples e fluido, reminiscências de figuras relevantes da época e da sua própria história familiar e factos históricos profusamente documentados, que revelam tanto o esboço de uma harmonia possível no contacto entre duas culturas diferentes como a violentação de uma pela outra na concretização da ocupação colonial”.

O Prémio de Literatura dstangola/Camões, que distingue livros editados em poesia e prosa, de autores angolanos, tem como missão tornar-se uma referência em Angola por distinguir as obras e os autores mais prestigiados, com o máximo de rigor na escolha da obra vencedora. Ao longo destas edições já galardoou Zetho Cunha Gonçalves, em 2019, Pepetela, em 2020, Benjamim M’Bakassy, em 2021, Boaventura Cardoso em 2022 e João Melo, no ano passado.

Recorde-se ainda que, no âmbito do protocolo assinado em 2019 com o Instituto Camões, foi ainda criada a sala de leitura dstangola no Centro Cultural Português em Luanda, que recebeu do dstgroup milhares de livros, no valor de mais de 12.500 euros, tendo sido contemplado um reforço de seis mil euros, em cada um dos três anos subsequentes. De entre os milhares de livros encontram-se títulos de autores portugueses, autores lusófonos, livros técnicos e literatura, entre muitos outros géneros.

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