Dez pessoas usavam casas de Santa Tecla para tráfico de droga
O Tribunal de Braga condenou 17 pessoas por tráfico de droga, dez das quais usavam três apartamentos do bloco 3 (entrada 7) do bairro social de Santa Tecla para o fazer. A Câmara bracarense garante que serão despejadas, logo que o acórdão judicial, que data do mês passado, transitar em julgado.
Seis dos 17 condenados terão penas de prisão efetiva entre cinco anos e oito meses e dois anos e quatro meses, a maioria por reincidência. Um dos 18 julgados foi absolvido.
A atividade de venda de drogas era dirigida por uma mulher de 68 anos, conhecida por “Clarinha” ou “Tia”, que recorria à ajuda de uma filha e duas netas e de 14 toxicodependentes para traficar. Os compradores fumavam as drogas nos apartamentos para não serrem apanhados pela PSP na posse do produto estupefaciente.
Contra a ordem pública
Segundo a PSP de Braga – o grupo vendeu, entre 2022 e 2023, 150 pedras de cocaína e 50 embalagens de heroína por dia, ou seja, um total de 36 750 pedras de cocaína e 12 250 pacotes de heroína, obtendo um lucro de 428 mil euros. Um dos toxicodependentes envolvidos disse ao tribunal que o lucro da venda de droga ascendia a 60 mil euros por mês.
Em declarações ao JN, o administrador da empresa municipal de habitação BragaHabit, Carlos Videira, explicou que o despejo é uma imposição do Regulamento de Apoio à Habitação do Município. Esse documento indica que “constituem obrigações dos arrendatários as de não usar a habitação para fim diverso daquele a que se destina, ainda que a alteração do uso não implique desgaste ou desvalorização. E, não a usar para fins contrários à lei, à ordem pública ou ofensivo aos bons costumes”, frisa.