Construção de Miradouro nas Cascatas do Tahiti atrasada por desistência do empreiteiro
Câmara de Terras de Bouro está a negociar com outra empresa para que a obra de segurança esteja pronta no verão.
A obra de construção de um miradouro e de uma estrutura de circulação de pessoas junto à cascata de Fecha de Barjas, conhecida como Tahiti, no Gerês, lançada em agosto, não avançou por desistência do empreiteiro, segundo avança o JN.
A Câmara de Terras de Bouro vai, agora, abrir novo concurso público para conseguir que a estrutura esteja pronta em abril ou maio, quando começam a chegar os turistas.
Ao jornal, o presidente da câmara confirma a desistência do empreiteiro e revela que está em negociações para o pagamento de obras entretanto realizadas como as terraplanagens. Caso não haja acordo o caso pode ir parar a tribunal. Manuel Tibo está esperançoso que as obras possam estar terminadas a tempo da nova época balnear.
Nos últimos anos, a cascata do Tahiti foi palco de vários acidentes, alguns dos quais fatais. Em termos práticos, num espaço de 11 anos, morreram 13 pessoas, o que levou o presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro a anunciar a intenção de vedar o acesso a banhos no local.
No ano passado, Manuel Tibo submeteu uma candidatura para a requalificação daquele espaço como um miradouro, ao ministério do Ambiente.
O edil de Terras de Bouro garante que “se tivesse esse poder já tinha fechado a cascata” e lamenta que seja “preciso continuar a perder vidas na serra para a campainha soar”.
Na opinião do autarca, “o espaço é perigoso e precisa de ser vedado, a cascata pode e deve continuar a ser visitada, mas há locais que têm de ser vedados”. A cascata está inserida no Parque Nacional da Peneda-Gerês, pelo que a intervenção “é uma questão do Governo”, explica Manuel Tibo.
“Quero que a cascata do Tahiti tenha, de facto, um local de visitação, que seja um miradouro de excelência arquitetónica, incluído na paisagem, mas, não consigo, enquanto responsável máximo da proteção civil em Terras de Bouro, conceber que as pessoas que vão utilizando a cascata do Tahiti, acabem por ter acidentes, alguns deles, infelizmente, mortais”, explica Manuel Tibo. O edil defende que continue a haver “visitação e usufruto” da cascata, mas sublinha ser “contra banhos”, devido ao “problema de segurança” no local e à “irresponsabilidade total” de muitos visitantes.
A cascata do Tahiti é um dos locais mais emblemáticos do Parque Nacional da Peneda Gerês e, segundo o presidente do município de Terras de Bouro, é visitado anualmente por “milhares” de turistas. Por essa mesma razão, Manuel Tibo acredita que tem o dever de “proteger vidas”, em vez de “fazer de conta que nada existe”.