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Ensino à distância: faltam recursos logo as tarefas devem ser ajustadas à realidade

Paulo Antunes, professor e adjunto de direção no Agrupamento de Escolas de Moure e Ribeira do Neiva

O professor Paulo Antunes é docente no Agrupamento de Escolas de Moure e Ribeira do Neiva, Vila Verde, onde desempenha também o cargo de adjunto da direção. Licenciado em Geografia, está a acabar o doutoramento em “Inovação para a equidade educacional” na Universidade de Vigo, dá aulas ao ensino noturno de adultos e tem uma experiência invejável em candidaturas aos programas europeus de mobilidade, inseridos no Erasmus +.

O ‘Terras do Homem’ quis perceber como vai ser o terceiro período escolar, em tempo de pandemia, o que se pode esperar da escola e da educação nos próximos tempos.

Como referiu recentemente o Secretário de Estado da Educação João Costa, ‘em tempo de crise o direito à educação continua’. Neste contexto, chegou, no passado dia 26 de março, às escolas um documento de trabalho intitulado “8 Princípios Orientadores para a Implementação do Ensino à Distância nas Escolas.

As escolas, através dos professores, pais, autarquias e outras organizações de proximidade terão de trabalhar nesta interrupção letiva juntos para encontrar os alunos excluídos: os que têm dificuldades de aprendizagem (medidas seletivas e adicionais), falta de equipamentos e mesmo os que ‘nunca gostaram da escola’, com que agora se pretende realizar ensino à distância.

Os pais são fundamentais para controlar a assiduidade online dos filhos, não basta ligar os computadores, é preciso estar atento e acompanhar a realização dos trabalhos.

Todavia, estar a trabalhar em casa e ter de acompanhar os filhos no ensino à distância tem sido uma tarefa significativa para muitas famílias e no caso de famílias com vários filhos o desafio tem sido enorme, chegando ao ponto de ter de partilhar e gerir os poucos recursos existentes.

E é neste sentido que nós, professores, nesta fase, devemos apenas enviar aos nossos alunos algumas tarefas que possam realizar de forma autónoma, sem necessidade de grande acompanhamento por parte dos pais e dos professores.

Tarefas que apelem à leitura, ao jogo, à criatividade e ao desenvolvimento da autonomia. Coisas muito simples, de modo a que eles sintam que já estão na altura cronológica das férias escolares, mesmo que continuando em casa.

Caso contrário, o abandono e insucesso escolar poderão aumentar”.

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