Há milhares de professores em condições de recusar regresso às escolas
De acordo com o Público, o afastamento de milhares de professores pode ser motivados pela idade ou situação de doença, e é um dos cenários que está a preocupar os diretores escolares, que poderão precisar de mais professores do que aqueles que estão ao serviço.
Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), disse em declarações à Lusa que é necessário “saber quantos alunos poderemos ter por sala de aula para sabermos se precisamos ou não de mais professores”. “Se, por exemplo, só puder ter dez alunos por sala, então para uma turma de 30 alunos, se calhar, vou precisar de ter mais dois professores.”
O Ministério da Educação e a Direção-Geral da Saúde têm vindo a indicar que os professores que pertencem a grupos de risco não têm de regressar às salas de aula. É o caso dos mais velhos e dos que sofrem de doenças de base, segundo especificou Graça Freitas na segunda-feira.
Os últimos dados conhecidos referentes ao perfil etário dos professores, que datam de 2018, indicam que 6.425 professores do 3.º ciclo e secundário tinham entre 60 e 65 anos, o que correspondia a 12,2% do total de docentes neste grupo. Ainda segundo a Direção-Geral da Administração Escolar, naquele ano, 22,8% destes professores estavam entre os 55 e os 60 anos.
Com base nas mesmas informações, o Público adianta que, no ano passado, 5.208 professores foram autorizados a mudar de escola por se encontrarem doentes, ainda que, neste ponto, não estejam discriminados dados quanto aos ciclos em que dão aulas.
A necessidade “urgente” de terem outras orientações do ministério foi comunicada numa carta enviada pelos diretores nesta segunda-feira. Para já, o ME ainda não adiantou nada sobre a necessidade de se terem de contratar novos professores, ou a que mecanismos recorrerá para que tal seja feito em tempo útil.
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