Homem acusado de matar ex-mulher à facada em Braga alega não se lembrar do crime
Um homem acusado de matar a ex-mulher com pelo menos 18 facadas, em Braga, alegou hoje não se lembrar do crime, sublinhando que amava a vítima e que ela era “a última pessoa do mundo a quem quereria fazer mal”.
No Tribunal de Braga, no início do julgamento, o arguido, de 48 anos, disse que apenas se lembra que, no dia dos factos, tinha ido correr com a ex-mulher, como seria “habitual”, e que no final os dois estavam a conversar “cordialmente”.
“Não me lembro de mais nada”, referiu.
Segundo a acusação, a vítima foi esfaqueada com pelo menos 18 golpes com força, sendo três na zona da cabeça, cinco na zona do pescoço, oito na zona do tórax e dois no membro superior esquerdo.
O arguido disse que, passado o “apagão”, se apercebeu de que “alguma coisa não estava bem”, quando viu “uma marca” no pescoço da vítima e se apercebeu que ele tinha um “canivete” nas mãos.
Deixou a vítima no local e foi a uma esquadra de polícia situada a poucos metros alegadamente pedir ajuda para a ex-mulher.
“Acho que a matei”, terá dito na ocasião.
Hoje, no julgamento, o arguido afirmou que, apesar de estar equipado para a corrida, de t-shirt e calções, também levava à cinta uma bolsa, com alguns objetos pessoais e um “canivete” que tinha comprado uns dias antes.
Alegou que era normal andar com canivetes, por força da sua ocupação como eletricista.
Para o tribunal, em causa está uma navalha, com cerca de nove centímetros de lâmina e que, aberta, media mais de 20 centímetros.
Perante o depoimento do arguido, uma das juízas pediu ao arguido para “não tentar atirar areia para os olhos” do tribunal, sublinhando que “as desculpas são sempre as mesmas”.
Disse ainda que a versão apresentada pelo arguido “pode ser um bom argumento para um filme de terror”.
Os factos ocorreram em 18 de setembro de 2019, pelas 22h00, quando, segundo a acusação, a mulher compareceu na Travessa da Praça da Justiça, em Braga, para se encontrar com o arguido, acedendo ao pedido que este lhe fizera.
A acusação diz que o arguido iniciou uma discussão com a vítima, acabando por a atingir com 18 golpes, que se revelaram fatais.