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50 agentes florestais assumem funções no Parque Nacional Peneda Gerês

A contratação pública de 50 agentes florestais, um novo modelo assente cogestão e a melhoria das condições de visitação nos cinco Municípios que integram o Parque Nacional Peneda Gerês foram, hoje, formalizados no Vidoeiro pelo ministro do Ambiente, Matos Fernandes.

Este é o culminar da primeira fase do projeto piloto que começou a ser implementado no parque em 2016 depois dos incêndios terem devastado 10% da área protegida. “O que aconteceu não podia voltar a acontecer”, referiu o Ministro.

Por isso, foi delineado um plano que passou “por trazer mais gente para o parque, mais telecomunicações, mais proteção restaurando ecossistemas”. Desde então foram investidos nove milhões de euros.

Hoje, 50 postos de trabalho foram, formalmente, criados “num território de baixa densidade” e que nestes três anos mostraram a sua mais-valia. “Passamos de 7700 hectares ardidos em 2016 para cerca de 200 em 2019”, revelou Matos Fernandes elogiando o trabalho dos agentes florestais: “foi o vosso trabalho, a vossa dedicação e o facto de estarem em permanência no território que se conseguiu esta diminuição”.

Mas o Ministro diz que “não se pode esmorecer” porque “não sabemos quando o perigo surge”.

Cogestão

Um dos mais velhos anseios dos autarcas dos cinco Municípios tomou, hoje, forma. A cogestão do PNPG entre os cinco Municípios com o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) vai ser uma realidade até ao final do ano.

“Mais do que ter um diretor de parque que parece uma espécie de presidente da Câmara sem ter sido eleito, optamos por um novo modelo de gestão em que o diretor do parque é um presidente da Câmara, escolhido por eles, e onde todos têm assento”, referiu o ministro.

A escolha recaiu no autarca de Arcos de Valdevez, João Esteves, que elogiou “o plano estratégico delineado que aproximou as pessoas do território. Vamos ter novos parceiros com conhecimento e contributos para melhoras esta área protegida”.

A “experiência brutal de 26 anos” de conhecimento local salientada pelo autarca “é agora posta ao serviço da proteção e valorização de um parque, único no país e um dos 21 no Mundo”.

O Ministro referiu, ainda, que o ICNF “não perde competências nenhumas” com este novo modelo.

Três alertas deixados por Manuel Tibo

O anfitrião e presidente da Câmara de Terras de Bouro, Manuel Tibo, começou por elogiar “a forma simples de trabalhar, com empenho e total disponibilidade” porque será assim que “continuaremos a melhorar este território que é de todos”.

O autarca chamou a atenção para três problemas atualmente existentes no PNPG que para os quais pediu ajuda do Ministro. O primeiro prende-se com a falta de segurança nos miradouros e nas cascatas que “todos os anos levam à perda de vidas humanas”.

O segundo problema tem a ver com a água. “O concelho atravessa graves dificuldades no abastecimento de água às suas populações. Não temos segurança na rede. Como é possível termos dois rios, duas albufeiras, centenas de captações, e continuar a faltar a água nas nossas casas? Precisamos, também aqui, da sua ajuda”.

O saneamento foi o terceiro problema elencado por Manuel Tibo, “com etares obsoletas e a derramar para os nossos rios. Torna-se urgente a resolução destas situações, e por isso, solicitamos ao Sr. Ministro que nos ajuda na resolução dos mesmos pois afetam-nos diariamente, bem como aqueles que nos visitam”.

O presidente da Câmara pediu ainda “um olhar urgente” para a revisão do Plano de Ordenamento da Albufeira da Caniçada.

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