O rio Homem vai passar a contar, a partir de 1 de abril, com novas regras e novas áreas quer de pesca sem morte quer de pesca com morte. Hoje, foi apresentado o plano de gestão e monitorização do rio, um trabalho desenvolvido pelo ICNF em parceria com os vigilantes da Natureza e a UTAD. A pesca de espécies exóticas passa a ser livre, dentro das datas permitidas, e as espécies autóctones têm uma quota.
A diretor do ICNF, Sandra Sarmento, explicou ao ‘Terras do Homem’, que “queremos promover o ordenamento aquífero do Rio Homem e por isso, elaboramos um plano que tem um conjunto de regras espelhadas com base naquilo que foi recolhido”. O Instituto da Conservação da Natureza e Florestas fez um estudo daquilo que eram os recursos existentes em todo o rio, estudando todo o rio Homem e com base nisso foram propostas uma conjunto de regras para a pesca do rio.
Por isso “foram definidas áreas sem pesca, onde não é permitida a pesca, áreas de pesca sem morte onde se pode pescar, mas o pescado é devolvido ao rio e áreas de pesca com morte. Tudo isso foi feito com base esse conhecimento que obtivemos do rio”. Novas placas colocadas nos acessos principais ao rio vão informar qual o tipo de pesca que se poderá fazer.
Portanto, o rio Homem vai ser dividido em três troços, onde não é possível pescar, e as zonas onde é possível com e sem morte. Nas zonas onde é possível pescar com morte, foram definidas quotas de pesca, sobretudo, da truta que “é o referencial”, isto é o tamanho e o número de peixes que se podem pescar. Já quanto às espécies exóticas, “a nossa ideia é retirá-las deste percurso de água e essas não têm quotas”.
Repovoamento
Uma das novidades deste plano é a possível de repovoamento do rio com espécies autóctones através de um banco de peixes que está a ser criado: “nós identificamos na área da Albufeira algumas espécies exóticas, o que nos preocupa. No caso do repovoamento, foi e vai ser ponderada quando se justificar e nas áreas que se justificar serão equacionadas ações de repovoamento. Uma das nossas preocupações é a origem das espécies que vão ser utilizadas nessas ações de repovoamento, e por isso, já foram identificados e recolhidos progenitores que temos naos nossos postos aquícolas e estamos a trabalhar a reprodução de progenitores que são oriundos desta bacia hidrográfica para que quando for necessário trabalharmos sempre com base no património genético do rio”.
Licenças
O ICNF considera a pesca um recurso importante para o território e “quer valorizá-la”. Para os residentes foram definidas taxas muito baixas, 0,50 cêntimos, e qualquer pessoa que queira pescar terá que se dirigir às instalações do ICNF no Vidoeiro ou em Braga.
“Percebemos a dificuldade para os locais terem acesso a uma licença de pesca e vamos tentar avaliar e encontrar soluções de maior proximidade que possam dar respostas à população local mais ágeis e rápidas indo de encontro às suas expetativas”.
Câmara Municipal
O presidente da câmara considera este plano “muito importante” para o concelho dando seguimento ao trabalho que a autarquia já havia iniciado de devolver o rio ao usufruto das pessoas, “seja através das caminhadas, da questão balnear e da questão da pesca”.
Para Manuel Tibo, “tirando alguns ajustes mais de ordem organizacional, há uma satisfação enorme em perceber a sensibilidade que o ICNF tem para ir ao encontro do município e dos pescadores”. A pesca “será mais uma atrativo que teremos nos próximos anos na procura turística”.
Agora juntas, câmara e ICNF vão fazer a sensibilização para as novas áreas e regras. Manuel Tibo com mais peixes no rio, mais pescadores “há mais preservação da natureza e a manutenção acaba por acontecer. Há um plano e uma regras que queremos que sejam cumpridas, mas este é um dos projetos que Terras de Bouro tinha para concretizar e que agora vê a luz do dia.