“Vale bem a pena confiar na CDU” afirmou João Oliveira em Guimarães
No Largo do Toural, em Guimarães, a CDU levou a cabo um comício-festa perante centenas de pessoas. A animação esteve a cargo do grupo “Cantares da Terra”, que interpretou diversas canções de música popular e de intervenção.
Inês Rodrigues, mandatária da CDU em Guimarães nas eleições ao Parlamento Europeu e membro da Assembleia Municipal de Guimarães, deu o mote para as intervenções políticas, referindo “Sempre contigo, para o que der e vier”. É com este lema que a CDU se apresenta nestas eleições para Parlamento Europeu. Mais do que um lema, esta afirmação corresponde ao compromisso das forças de integram a CDU e dos seus candidatos com a defesa dos interesses nacionais, custe o que custar e em todas as circunstâncias”.
Por seu lado, Vítor Rodrigues, candidato ao PE e vereador na Câmara de Braga, aproveitou a oportunidade para desenvolver algumas matérias regionais que também têm relação directa com estas eleições:
“Neste Portugal concreto, e nesta região em que intervimos, está à vista desarmada de quem quer ver, a destruição de importantes setores industriais, a precariedade, o aumento do desemprego e as desigualdades salariais entre homens e mulheres, elas que são também as mais afetadas pela precariedade, pelos baixos salários e pelos despedimentos. Está também à vista o desmantelamento da agricultura, em particular, de produções outrora tão importante neste distrito, como é o caso do leite, paradigma da destruição da nossa pequena e média agricultura pelos ditames da PAC. Mas este é também o Portugal concreto que luta. Que luta pelo direito à saúde, pela dignificação e melhoria do Serviço Nacional de Saúde, pela construção de nova ala cirúrgica no Hospital de Braga, pela construção do novo Hospital de Barcelos, pelos investimentos nos Hospitais de Guimarães e Famalicão, ou pela requalificação e reabertura da Unidade de Saúde na Apúlia.
O país concreto que luta por mais e melhores transportes públicos, pela ligação ferroviária entre Braga e Guimarães, por mais carreiras e pela articulação intermodal dos transportes. A este propósito, não é admissível, num distrito que ainda mantém importantes polos industriais, que os trabalhadores se vejam forçados a recorrer ao transporte próprio, ou que tenham de comprar passes diferentes apenas porque, nos poucos quilómetros que separam as suas casas do seu local de trabalho, mudam de comunidade intermunicipal.
Merece aqui referência a iniciativa do PCP de propor a requalificação da Nacional 103 entre Braga e Vieira do Minho, uma exigência justa e mais que necessária para as populações desta zona do distrito, sujeitas à sinistralidade rodoviária, e as únicas que continuam sem qualquer alternativa à velhinha estrada nacional.
Este é o país concreto que luta pelo aumento da produção nacional, que exige a defesa da indústria, da agricultura e das pescas. Que exige a nova barra em Esposende, e uma política agrícola mais justa para os pequenos e médios agricultores, que garanta a soberania alimentar e o fim da ditadura da grande distribuição.
Este é o país concreto que exige a construção das novas residências universitárias em Braga e Guimarães, e o alargamento da oferta pública de habitação a preços controlados, rejeitando a lógica de por o Estado a subsidiar o rentismo e os sempre crescentes lucros da banca”.
A vimaranense Mariana Silva, dirigente do Partido Ecologista Os Verdes e candidata ao PE, afirmou:
“Os partidos que compõe a CDU são dos que nunca desistem nem de sonhar, nem de lutar. Nunca desistimos da mobilidade para todos a preços acessíveis, e a prova disso é que, com a nossa luta, conquistámos há 5 anos uma melhoria imensa no passe social. No entanto, muito está por fazer, não podemos aceitar ter um país a duas velocidades, em que esta resposta existe numa parte dele e em que noutras localidades as populações estão isoladas sem que o direito à mobilidade lhes esteja garantido. Também aqui não desistimos. Não desistimos das questões ambientais, e também não acordámos ontem para elas, nem somos aves de arribação que saltam para lá apenas por estarem na ordem do dia. Nós lembramos que o carinho revelado pelo ambiente nos papéis e nas notícias de jornais, tem de ter impacto nas opções políticas que precisam de ser tomadas. Investir na defesa do ambiente, na proteção e conservação da natureza e da biodiversidade, é investir na saúde, na economia, na qualidade de vida das pessoas e do Planeta”.
A última intervenção do comício coube a João Oliveira, 1º candidato da CDU ao PE. Começou por destacar a intervenção distintiva dos deputados da CDU no PE, “Esta é uma força confiável como o prova o seu profícuo trabalho no Parlamento Europeu e que faz dos deputados eleitos pela CDU os mais activos, coerentes e intervenientes deputados portugueses representados no Parlamento Europeu em defesa dos interesses nacionais, dos trabalhadores e do povo. Um trabalho valioso e um volumoso trabalho nos mais diversos domínios que se distingue das demais forças políticas no Parlamento Europeu não apenas pelas opções políticas de fundo, mas pela capacidade e empenhamento revelados na procura de soluções de problemas com propostas concretas com impacto na vida dos trabalhadores e do povo. E sublinho volumoso trabalho, porque os dois deputados do PCP/ CDU, além da ligação permanente aos problemas do País que 1 600 iniciativas de contacto com mais diversos problemas dos trabalhadores, das populações e instituições, testemunham, averbam no seu activo 520 intervenções no Plenário, outras tantas perguntas à Comissão e Conselho Europeu, além da responsabilidade directa em dezenas de Relatórios, o mais recente dos quais sobre os direitos das crianças e dos pais”.
Referiu João Oliveira que é “um trabalho que confirma a CDU como a força necessária que faz a diferença no pantanoso consenso comunitário das políticas da direita e da social-democracia – as políticas neoliberais que são a marca de água da intervenção e acão dessas forças no Parlamento Europeu (…) têm sido os deputados da CDU que desde a primeira hora se apresentaram no Parlamento Europeu com iniciativa própria e os olhos postos nos problemas do País e não a secundar, dar aval ou legitimar as orientações fabricadas pela burocracia de Bruxelas e às ordens do Directório das grandes potências e contrárias aos nossos interesses”.
Desenvolvendo as questões relacionadas com os direitos dos trabalhadores, sublinhou que “a CDU foi neste mandato(…), tal como tem sido e é aqui no País, uma força com uma intervenção ímpar”. Acrescentou ainda que “nada do que diz respeito aos trabalhadores passou ao lado dos deputados eleitos pela CDU. Lá se bateram na defesa dos seus direitos, entre eles, da negociação e contratação coletivas e da valorização das relações e condições laborais e do aumento de salários, por oposição à sua precarização, desregulação, instabilidade, pelo princípio da proibição do despedimento sem justa causa, do salário igual para trabalho igual, pela valorização das reformas e pensões, mas também pela universalidade dos direitos à saúde, à educação, à segurança social, entre outros. Lá encontraram os nossos deputados a intervir ativamente na discussão da proposta da Diretiva denominada “Os salários mínimos adequados na União Europeia”, denunciando os seus efeitos na perpetuação dos modelos de baixos salários, particularmente em países com as características do mercado de trabalho português. Lá estivemos a denunciaram a natureza do chamado Pilar Europeu dos Direitos Sociais e do respectivo Plano de Ação – uma forma de branqueamento e “maquilhagem social” de políticas neoliberais, de nivelamento por baixo de direitos laborais e sociais”.
João Oliveira afirmou ainda que “O resultado de tudo isto foi a crescente concentração e centralização da riqueza nas mãos dos grupos económicos e financeiros e de uma minoria cada vez mais opulenta e o empobrecimento do conjunto dos trabalhadores. O essencial dessa política que conduziu a esta situação de degradação social e de desvalorização do trabalho, permanece hoje nas opções do conjunto das forças que servem o grande capital PSD,PS,CDS, IL e Chega”.
A alternativa que a CDU protagoniza impõe-se como necessária e o trabalho levado a cabo pelos seus eleitos confirma a importância do voto na CDU.
O comício terminou com a “Grândola, Vila Morena”, canção icónica da Revolução de Abril, e com um apelo à mobilização para o voto na CDU.