Festa das Colheitas de Vila Verde inaugurada pela primeira vez por um ministro
Pela primeira vez, um ministro presidiu à inauguração da Festa das Colheitas de Vila Verde. O feito coube, curiosamente, ao Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, também, ele um vilverdense de gema. O certame “é um hino ao mundo rural” como apelidou a presidente na câmara na abertura que decorre até ao próximo dia 6 de outubro no campo da feira.
Depois da atuação do grupo de Zés Pereira de Duas Igrejas e da tuna do Município, que cantou um inédito dedicado ao Ministro, Júlia Fernandes lembrou que “Vila Verde sempre se orgulhou da sua ruralidade e tradição e sempre fez disso bandeira”.
Com 132 stands, 67 dos quais dedicados ao artesanato não só local, mas de todo o país, a feira tem gastronomia e vinhos, queijos, máquinas, fumeiro e a habitual Feira do Cogumelo. A autarca espera “milhares de visitantes nos cinco dias de festa” que terão a oportunidade de assistir aos cantares ao desafio e às concertinas, “os reis da festa”, a Festa do Caurdo, aos concursos, às práticas agrícolas ancestrais como um magusto, pisada de uvas e desfolhada, atuação de ranchos folclóricos, e aos saberes e sabores do nosso
Plano diretor agrícola e florestal
Uma das novidades apresentadas por Júlia Fernandes foi elaboração de um Plano diretor agrícola e florestal que está a ser desenvolvido em parceria com a ATAHCA, que deverá estar concluído em breve e será pioneiro a nível nacional. A autarca anunciou, ainda, mais algumas medidas para a área agrícola no concelho, como a isenção de taxas urbanísticas para construções destinadas aos agricultores, e um apoio de 50% para a sanidade animal que em três anos já chegou aos 163750 euros. O reforço da fibra ótica e da rede elétrica para a agricultura de precisão e florestação e reflorestação de áreas para a prevenção de incêndios foram mais algumas das medidas apontadas.
Ministro da Agricultura
Não foi com emoção que o Ministro da Agricultura presidiu à cerimónia de abertura da Festa das Colheitas: “é um certame que me diz muito”. José Manuel Fernandes começou por deixar uma palavra “aos autarcas que substituem o governo fazendo aquilo que nos competia a nós fazer e, muitas vezes, vão além das suas competências e com recursos que nem sempre os têm”.
Elogiando a Festa das Colheitas, “um espaço onde há envolvimento, amizade e reencontro”, onde se promove “a verdadeira coesão territorial” que para o ministro deve ser “verdadeira. Por exemplo, agricultura de precisão só se faz se houver coesão territorial, banda larga e internet rápida, e por isso, os fundo europeus nos territórios devem ser investidos nos territórios que mais precisam”, detestando a expressão “discriminação positiva que não é precisa. Os territórios devem ser tratados com justiça, levando em conta as suas especificidades e com regulamentos adaptados à realidade”.
Balanço de seis meses
Curiosamente, a presença de José Manuel Fernandes aconteceu seis meses depois de tomar posse e o Ministro aproveitou para fazer um balanço do trabalho feito: “já fizemos tanto começando por dar estabilidade e previsibilidade aos agricultores. O próximo orçamento de estado reforçará o rendimento dos agricultores com 60 milhões de euros por ano”, até ao final da legislatura.
O rendimento médio dos agricultores vai passar de 80 euros por hectare para 160 e os jovens agricultores até 40 anos vai ter um apoio a fundo perdido de 50 mil euros e se estiver em território vulnerável de 55 mil euros e candidaturas até aos 400 mil euros.
Saído do Conselho de Ministros de hoje está a elaboração de um pacto nacional para a floresta, a realizar em 90 dias, onde a valorização económica da floresta seja uma realidade.
Mota Alves ATAHCA
O lider da ATAHCA considera a Festa das Colheitas como “o expoente máximo da nossa montra dos produtores locais, endógenos e agrícolas, melhor do que se produz em Vila Verde, onde “podemos levar produtos para casa para degustar” e deixou o desejo de “ver mais jovens visitar este espaço com contacto direto com o seu produz de forma tradicional no concelho” bem como “a introdução de uma disciplina sobre o desenvolvimento rural, sobretudo, de vila verde”, nas escolas.