Minho

Cavalos à solta provocam acidentes e destroem culturas em Fafe

“Ia na estrada, devagar, quando de repente o cavalo caiu-me em cima do carro. Pensei que era um avião, tal foi o estrondo.” Foi a 17 de fevereiro, dia do seu aniversário, que Hernâni Magalhães embateu contra um cavalo que se atravessou à sua frente, em Pedraído, na Estrada Municipal 614, que liga Fafe a Vieira do Minho. Só este ano os garranos à solta nas serras de Fafe já causaram, pelo menos, 10 acidentes, o mesmo número de animais que tiveram que ser abatidos. Nos últimos cinco anos foram abatidos 30 garranos. A população exige medidas.

“Sentimo-nos impotentes. Não sabemos mais a quem recorrer. As duas queixas que apresentei foram arquivadas”, atira Ricardo Pereira, revoltado. Teve um acidente em abril e pagou do seu bolso 1400 euros de reparação. A filha de António Antunes embateu há duas semanas contra um cavalo que se atravessou na estrada. Tem danos de mais de três mil euros no carro. Somados, os prejuízos são de milhares só nos carros. Mas há também danos na agricultura.

“A situação dos idosos que semearam os seus campos com muito custo e agora vêm tudo destruído preocupa-nos”, diz José Adelino, presidente da Junta de Freguesia de Pedraído: “Os serviços da câmara deviam fazer o seu trabalho e identificar os donos dos animais”.

Registo Base de Dados
Os cavalos em causa, que serão entre 30 e 50, têm chip atribuído, no entanto, não estão, segundo o presidente da Junta de Freguesia de Pedraído, registados na base de dados da Direção-Geral de Veterinária.

Câmara Inação
O CM tentou falar com a vereadora do pelouro do Ambiente da Câmara de Fafe, Marta Gonçalves, mas, apesar da insistência, não foi possível o contacto. A população de Pedraído acusa a autarquia de “nada fazer” e de ser alheia “aos riscos de quem circula todos os dias nesta estrada”.

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