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Mural da inclusão inaugurado em Vila Verde

Um mural elaborado por, entre outros, 7 jovens refugiados instalados na Cruz Vermelha de Prado foi hoje, inaugurado, nos muros que circundam a antiga escola primária da Carvalhosa.

O mural de arte urbana foi realizado, no passado mês de Setembro, no âmbito do projeto “Habito o Mundo”, desenvolvido pela Cooperativa ‘Árvore’ do Porto. A inauguração está inserida no programa da “Semana da Inclusão” da Câmara Municipal de Vila Verde.

Segundo Marta Terra, da Cooperativa ‘Árvore’, “o projeto Habito o Mundo acontece regularmente em três Polos: São João da Madeira, Porto e Braga. Desenvolvem-se sessões semanais com crianças e jovens refugiadas/migrantes e com outras crianças e jovens locais/de outros contextos, permitindo que as mesmas desenvolvam as suas competências na área artística mas também a socialização e integração de todos/as. Pontualmente, o projeto desenvolve(rá) oficinas de cerâmica, arte urbana (com a criação de um mural de arte urbana/graffiti) e um livro com ilustrações das crianças participantes”.

Cruz Vermelha
Eva Pereira, da Cruz Vermelha de Braga, revelou que os jovens participantes neste projeto “precisam de desenvolver competências. Quando chegam a primeira coisa é colocá-los na escola e a Cruz Vermelha tem um protocolo com a dst que lhes permite estar em contexto de aprendizagem em part time”.

Para a responsável, o trabalho passa “por dar competências de autonomia, aprendem tudo o que tem a ver com tarefas básicas para viver em autonomia” e quando estão preparados passam para apartamentos de autonomização continuando a instituição a dar apoio em questões mais burocráticas.

Vindos da Gâmbia, Senegal ou Guiné Conacri, “os jovens não se conheciam, mas conseguiram através da arte expressar as suas vivências e os seus sonhos”. Com capacidade para 12 jovens, a estrutura de Prado vem dando resposta às solicitações que surgem através dos organizamos nacionais. Neste projeto de arte urbana participaram 12 jovens, 7 de Vila Verde e os restantes vindos de São João da Madeira.

Os artistas Hazul e Godmess coordenaram os trabalhos e como explicou este último, foram realizadas várias sessões em Braga e São João da Madeira: “o objetivo é que estes jovens sejam ouvidos, que transmitam o que sentem, eles são desafiados a dizer o que querem ver representado, depois fazemos uma seleção baseada naquelas que são as suas as ideias maiores”.

O mural reflete duas coisas: “a ideia de movimentos que se criam, e de um agradecimento a tudo o que lhes acontece. É uma viagem constante, com bandeiras inventadas de países imaginários”.

Júlia Fernandes
A presidente da Câmara de Vila Verde congratulou-se pelo projeto manifestando o apoio municipal “a todos estes projetos desenvolvidos pelas instituições que estão sediadas no concelho, com jovens que passam no nosso território com sucesso e quando nos apresentarem este mural dissemos que sim”.

Para a autarca, estas iniciativas permitem que os jovens “expressem o que lhes vai na alma e alavanquem talentos que se podem exprimem através desta componente artística”.

A autarca louva ainda o trabalho de instituições, como a Cruz Vermelha, no acolhimento e inserção de refugiados no território:
“com entidades como a Cruz Vermelha temos o trabalho facilitado, e com trabalho em rede que fomentamos torna-se fácil atar estas pontas, para nós todos são importantes”.

O projeto conta com o apoio das Fundações Calouste Gulbenkian e La Caixa no âmbito da iniciativa Partis & Art For Change (2ª edição), em que a Árvore é a entidade promotora.

Conta também com o apoio das Câmaras Municipais de S. João da Madeira, Vila Verde e da Cruz Vermelha de Vila de Prado.

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