900 Anos da Batalha de S. Mamede: de Guimarães para todo o país
O programa das comemorações dos 900 Anos da Batalha de S. Mamede foi apresentado publicamente no Paço dos Duques de Bragança, num .
No final da tarde deste sábado, 7 de dezembro, na Sala da Duquesa do Paço dos Duques de Bragança, teve lugar a sessão de apresentação do evento que contou com a presença de José Pedro Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República e da Comissão de Honra das comemoraçõesprograma de comemorações dos 900 Anos da Batalha de S. Mamede, um evento que contou com a presença do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, também presidente da Comissão de Honra das comemorações, que aceitou o convite endereçado por Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal, para encabeçar uma lista de personalidades nacionais que farão destas comemorações um evento de impacto nacional.
A iniciar o evento, Paulo Lopes Silva, vereador da Cultura, evidenciou o ato fundador de Portugal que representou a Batalha de S. Mamede, e fez saber que a composição da Comissão de Honra, que tem como presidente José Pedro Aguiar-Branco, será anunciada brevemente, apresentando, em seguida e em traços gerais, o trabalho que está a ser desenvolvido pelas comissões científica e artística. Destacou ainda uma ação que decorrerá nos agrupamentos escolares de Guimarães, “Primeiro Dia”, e uma produção cinematográfica que se materializará numa série histórica a ser produzida pelo “Bando à Parte”, de Rodrigo Areias.
Nas intervenções protocolares, Domingos Bragança frisou precisamente essa dimensão nacional, agradecendo a aceitação de José Pedro Aguiar-Branco para presidir à Comissão de Honra. “Sei que o faz com assumida honra e também com orgulho, quer vimaranense, quer português”, disse o edil. O presidente da Câmara agradeceu também ao presidente da República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, pelo alto patrocínio que a Presidência da República dá a todo o conjunto de publicações que serão efetuadas no âmbito das comemorações, e à ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, pelo apoio manifestado, que contribuirá “para o melhor conseguimento”.
Domingos Bragança estendeu também os agradecimentos a todos os que aceitaram fazer parte das comissões e que se empenham para que as comemorações sejam abrangentes, para todo o país e noroeste peninsular, geografias que estiveram na génese da fundação de Portugal. “Queremos integrar todos, motivo pelo qual temos também aqui o senhor presidente da CCDR-N, porque sabemos que só envolvendo, a partir de Guimarães, o norte de Portugal e todo o país, é que teremos umas comemorações que celebram Portugal”, referiu. O tempo dedicado à ação e à programação foi também valorizado no discurso do presidente da Câmara, no que considerou uma escolha que permite foco e o envolvimento de todos, em especial da comunidade. “Sem as pessoas envolvidas, por melhor programa que tenhamos, não conseguiremos os nossos objetivos. Terá que ser um movimento coletivo, como o que aconteceu em 24 de Junho de 1128, com a força da convicção”, frisou.
José Mattoso, insigne historiador português recentemente falecido, e que figura na comissão científica como presidente honorário, foi o nome que Domingos Bragança escolheu para um conjunto de citações, a partir da sua obra “D. Afonso Henriques”, que, na sua opinião, emprestam estímulo, entusiasmo e empenhamento para que a ação agora encetada se transforme numa “história feita futuro”.
António M. Cunha, presidente da CCDR-N, na sua intervenção, referiu que as palavras de José Mattoso ligam cada um dos portugueses, indissociavelmente, à Batalha de S. Mamede. “É com enorme honra que me associo a estas comemorações e agradeço a todos aqueles que a elas emprestam o seu patrocínio”, disse. Após uma pequena resenha histórica do que foram os primórdios da constituição de Portugal, António Cunha disse que “comemorar a batalha é comemorar a força de uma vontade”, força essa que espera poder inspirar os projetos que serão decisivos, no futuro, para o nosso país. “Guimarães é um local muito interessante para pensar o futuro”, frisou.
José Pedro Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República, afirmou ser “um privilegiado” por poder, em comemorações tão importantes para a identidade de Portugal, exercer as funções de presidente da Comissão de Honra, garantindo que fará tudo o que puder para que as comemorações dos 900 Anos da Batalha de S. Mamede possam ter a maior projeção nacional possível, “que se justifica”. “Muitas vezes em Portugal não preparamos as coisas com tempo e nem sempre damos à nossa História o destaque que ela merece. Vejo que aqui em Guimarães os hábitos são diferentes e bons”, disse.
O presidente da Assembleia da República destacou o facto de serem sete os anos que serão devotados às comemorações do nascimento de Portugal, agradecendo à cidade: “obrigado Guimarães, por este gesto de serviço ao país”.
Anteriormente, Helena Pires, professora Associada no Departamento de Ciências da Comunicação da UMinho e membro do Centro de Investigação em Comunicação e Sociedade (CECS), em representação da Comissão Artística, deu a conhecer um conjunto de ações, com destaque para a Arte Pública que comemorará Vimara Peres, Mumadona Dias, D. Afonso Henriques, D. Teresa e a Batalha de S. Mamede.
Luís Amaral e Mário Barroca, professores da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e presidentes da Comissão Científica, apresentaram um conjunto de edições que vão ser lançadas no âmbito das comemorações, algumas já este ano, e um conjunto de conferências, e destacaram o caráter multidisciplinar e abrangente do plano que tem vindo a ser trabalhado durante o último ano e meio, sublinhando as linhas maiores subjacentes a toda a programação, numa reflexão que se pretende alargada, com relevância particular para a Batalha de S. Mamede e D. Afonso Henriques.