Kara-Lis Coverdale apresenta obras inéditas no gnration
Sábado, 18 de janeiro, pelas 18:00, Kara-Lis Coverdale sobe ao palco da blackbox do gnration. A música da canadiana move-se numa anomalia temporal, na qual a eletrónica, a música clássica e a contemporânea coexistem harmoniosamente, diluindo os limites – reais e imaginários – entre o acústico e o eletrónico.
Coverdale compõe peças sonoras, trabalhando linguagens digitais, eletrónicas e acústicas com grande fluidez. Impulsionada por uma paciente devoção à vida sonora após a morte, à memória e curiosidade material, a dinâmica coletânea da artista ocupa novos planos construídos sobre uma compreensão sem fronteiras da música eletrónica, e com raízes em vários sistemas e linguagens musicais interligados.
Natural de Ontário, Kara-Lis Coverdale cresceu rodeada por música e a sua veia artística não tardou a emergir. Com apenas catorze anos já era organista e diretora musical de uma igreja no Canadá, e, nos tempos livres, maravilhava-se com álbuns de Mobb Deep. Numa palestra na Red Bull Music Academy 2018, em Berlim, afirma que a “produção de rap foi a primeira música eletrónica que ouviu”. Os beats do hip-hop cativaram a sua atenção, uma influência que culminou numa paixão pela eletrónica que, atualmente, incorpora nas suas peças mais clássicas.
Em 2010, muda-se para a cidade de Montreal, onde, imbuída no seu panorama artístico fervilhante, ganha a admiração de Tim Hecker, que a convidou para tocar nos seus álbuns Virgins (2013) e Love Streams (2016). Entre estes lançamentos, estreou- se a solo com A 480 (2014), seguindo-se Aftertouches (2015), que lhe valeu rasgados elogios da crítica especializada, figurando nos tops da revista The Wire e da NPR.
Descrita pelo The Guardian como uma das mais interessantes jovens compositoras da América do Norte, ganhando fãs com gigantes como Brian Eno, Arvo Pärt e Tyondai Braxton.
Antecipando um novo trabalho, com saída prevista para o final de 2025, a compositora apresentará, pela primeira vez ao vivo, uma série de novas composições para piano – escritas num estúdio rural em Valens, no Canadá – numa profunda comunhão com a noite e o inverno. Um concerto muito especial que evoca o imprevisível, o caótico, o sinistro e o confronto, numa apoteose já caraterística de Coverdale.
Esta atuação assinala o início de uma residência artística em Braga que a levará até á Basílica dos Congregados. Neste espaço emblemático está alojado um órgão de tubos ibérico – instrumento bastante importante na época barroca, no século XVII, mas que
acabou por cair em desuso. Kara-Lis Coverdale passará uma semana a compor com este instrumento no âmbito do Pipe Poetics da Braga 25 Capital Portuguesa da Cultura, um programa que procura dar uma nova vida aos órgãos de tubos ibéricos que estão espalhados por Braga.
Este concerto tem o apoio do governo da província do Quebec (Canadá).
Os bilhetes para o espetáculo podem ser adquiridos em https://gnration.bol.pt, balcão gnration e locais habituais.