Caminhos de peregrinação e bem-estar já têm roteiro para levar caminhantes até São Bento
O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, foi o anfitrião do lançamento do novo roteiro dos caminhos de São Bento da Porta Aberta. Um documento dividido em três partes: uma parte histórica, o percurso principal e os percursos alternativos. “Hoje, as pessoas peregrinam por fé e por bem-estar”, disse o prelado na apresentação.
O trabalho inicial passou por definir um caminho principal que unisse o território do Cávado, com origem em Esposende, mas concretamente em Fão, até São Bento da Porta Aberta, com cerca de 70 quilómetros, divididos por sete etapas e com três percursos alternativos, unindo os seis municípios da CIM-Cávado.
Este Guia do Caminho pretende ser um elemento de apoio ao peregrino e caminhante, dando orientação geográfica, informação sobre pontos de interesse e de apoio, os quilómetros do percurso e ajudando na interpretação do património religioso e cultural ao longo da rede definida.
Este suporte juntamente com a sinalização implantada no terreno permitirão reforçar a segurança do peregrino, promovendo assim a qualidade da caminhada e também a valorização do território.
“Este roteiro vem responder a uma preocupação em termos de segurança daqueles que fazem os caminhos de São Bento”, começou por dizer D. Jorge lembrando que “a peregrinação acompanha o ser humano desde sempre que a faz por motivos religiosos, à procura de uma solução para os seus problemas ou por bem-estar”.
Antes o Cónego Roberto Rosmaninho, da Irmandade de São Bento, reconheceu que o roteiro “é um instrumento interessante para situar e ajudar os peregrinos a caminhar”. Peregrino de São Bento há décadas, o cónego deixou uma palavra de incentivo em dias de pandemia: “não tenhamos medo de caminhar mesmo com as condicionantes do tempo que vivemos”.
Luís Macedo
O administrador da CIM- Cávado, Luís Macedo, lembrou que “este projeto começou com uma conversa informal com o Arcebispo sobre a segurança dos peregrinos. Fizemos um trabalho que envolveu diversas entidades, desde os municípios passando pelas confrarias e terminando na proteção civil e forças de segurança”.
Melhorar a sinalização para aumentar a segurança e a qualidade dos trajetos foi uma das bases de desenvolvimento do guia: “quisemos fazer um traçado estruturante desde Fão até São Bento”. Outra das prioridades passou por retirar os peregrinos da estrada, “mas nem sempre foi possível”.
Para o futuro, Luís Macedo espera integrar os caminhos que vêm do Alto Minho e do Ave e integrá-los nas grandes rotas do Minho, conjuntamente com os caminhos de Santiago e as ecovias.
Manuel Tibo
Segundo o presidente da Câmara de Terras de Bouro “temos assistido nas últimas décadas a um aumento do número de peregrinos e visitantes que ocorrem ao santuário pelos caminhos tradicionais de peregrinação”.
Manuel Tibo elogiou a Irmandade que “teve a perceção, sensibilidade e coragem de se abalançar na reposição dos caminhos, de os sinalizar e de lhe dar incremento, tendo como principal objetivo criar melhores condições de pisoteio e sobretudo de segurança para os peregrinos”.