‘História das Rádios Piratas’ em Braga é tema de conferência na Lúcio Craveiro da Silva
A Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva é o palco para a conferência ‘História das Rádios Piratas em Braga’, marcada para o dia 13 de julho, às 18h00. Com a presença de Lima Duarte, industrial, da radialista Manuela Barros e do investigador Casimiro Pereira, terá a moderação de Rui Ferreira.
A acompanhar a conferência, estará patente uma exposição documental, bibliográfica e tecnológica sobre a temática.
Em 1914 Fernando Gardelho Medeiros criou a rádio Hertz em Lisboa, sendo as primeiras experiências da rádio em Portugal. Foram muitas as tentativas às suas custas a receber emissões, criando recetores que na generalidade não funcionaram.
Houve, no entanto, um que ultrapassou e vence os desânimos, montando uma verdadeira estação de rádio, de seu nome Abílio Nunes Santos em 1925 que dirigiu a estação que fez história a denominada CTIAR. O seu esforço neste projeto foi prosseguido e desenvolvido por Américo dos Santos que criou a mais popular das estações de rádio da época, a rádio Graça.
Em 1928 o Major Botelho Moniz funda a rádio Clube da Costa do Sol, que mais tarde passa para a rádio Clube Português. Já em 1930 o estado preocupa-se com a rádio e cria o seu monopólio dos serviços radiotelegrafia, radiodifusão e radiotelevisão sob a dependência dos CTT. No Norte, nasce, entretanto, a rádio Sonora. A 4 de Agosto de 1935 a Emissora Nacional, como um dos mais poderosos meios de propaganda do regime. Foi o seu primeiro diretor Henrique Galvão. A rádio, considerada a “caixinha” foi moldando o imaginário de sucessivas gerações, com concertos inquestionáveis de “Deus, Pátria e família” aos seus microfones. Era bem explicita a nota de serviço em que proibia “os excessos públicos de camaradagem”, as primeiras vozes femininas, como locutoras foram as de Maria Resende, Áurea Rodrigues e Maria de Lurdes Matias na Emissora Nacional.
Em 1954 a rádio Clube Português inicia as suas emissões em FM, Desde 1974 as rádios surgem em quantidade por todo o lado. As rádios “Livres” procriaram a interatividade, eram mais baratas, o que As transforma mais livres, conseguindo a pluralidade de opiniões e mais abrangentes, criando programas de antena aberta, como a voz do ouvinte em programas com temática informativa e com passagem de música portuguesa. A primeira rádio “pirata” em Portugal foi a rádio Canal em 1980, que transmitia de um iate em Caminha.
Em Braga, houve abaixo Minho em 20-4-85, Rádio 2000/Antena Minho em 10.5-85, Rádio Braga em 5-8-85, Rádio Tadim em 1-5-96, Rádio Planta (?), Rádio9 Clube do Minho em 1-6-86, Rádio S. Mamede em 20-1-86, RTM em 27-12-87 – teve uma 2ª frequência que só emitia durante 14h por dia, Rádio Universitária em 10-6.89.
No Concelho de Braga: Rádio Santiago – Guimarães, Rádio Voz do Neiva- Vila Verde, Rádio Mais – Amares, Rádio alto Ave- Vieira do Minho, Rádio Castelo – Povoa de Lanhoso, Rádio Lanhoso – Povoa de Lanhoso, Rádio Taíde – Povoa de Lanhoso, Rádio Barcelos – Barcelos, Rádio Cávado – Barcelos, Esposende Rádio – Esposende, Cidade Hoje – V. N. Famalicão, Rádio Vila Nova – Famalicão, Rádio Voz de Basto- Cabeceiras de Basto, M80 – Fafe, Rádio Região de Basto – Celorico de Basto.
Após o encerramento obrigatório em 24-12-88 para a apresentação dos projetos a licenciamento com a descrição das condições, estruturas e motivação de entre outras. A primeira rádio a ser legalizada foi a Rádio Fundação – Guimarães em 30-3-89. Desde então verificou-se a fusão de algumas rádios em grandes grupos, mais fortes e economicamente de outra dimensão. Estas ao adquirirem mais rádio, passaram a difundis em áreas nacionais espalhadas por todo o Norte a Sul.
Estas rádios funcionavam inicialmente com um ou mais locutores amadores, dois pratos, uma mesa de mistura, gravador/leitor de cassetes e telefone, o que presentemente seria impensável. Estas rádios foram uma escola que criou muitos profissionais que hoje estão nas grandes estações da rede Nacional.