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Noite do ‘Aqui Há Cultura!’ reúne três gerações de mulheres notáveis

Numa noite memorável que se viveu na Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela, o “Aqui Há Cultura!” reuniu na mesma mesa três mulheres, de três gerações diferentes, que partilharam as suas vivências do 25 de Abril, numa conversa que abordou o passado em ditadura e as conquistas de Abril, particularmente nos direitos das mulheres… Perante um auditório interessado, falaram para o público, Teresa lago, antiga professora e ativista que discursou na primeira manifestação após o 25 de Abril, em Vila Verde, Ana Genoveva Araújo, vereadora da Câmara de Terras de Bouro, e Júlia Fernandes, presidente da Câmara de Vila Verde, a primeira mulher a ser eleita para o cargo.

Teresa Lago partilhou de uma forma emocionante todas as suas experiências e vivências do 25 Abril e descreveu a vila e o país que conheceu em tempos de ditadura, um Portugal em que se vivia no medo, na pobreza extrema e na realidade da guerra. À mulher eram impostas muitas condicionantes que hoje são incompreensíveis e Teresa Lago numerou algumas. Também descreveu o que a levou ao ativismo, como a sua experiência em França, as leituras que eram proibidas e a pobreza a que assistia à sua volta. “O maior legado que o 25 de Abril me podia deixar é a liberdade de me exprimir”, sublinhou.

Ana Genoveva Araújo, de uma geração pós-revolução, não viveu a opressão do tempo da ditadura, mas diz estar muito consciente dessa realidade e mostra-se grata por esse legado que lhe foi passado. “A vida do passado faz-me confusão”, sublinha. Desde a revolução, “muita coisa mudou, mas ainda há um caminho a percorrer” em assuntos como a desigualdade salarial e a paridade ente homens e mulheres.

Júlia Fernandes viveu o 25 de Abril ainda em criança e por isso tem bem presentes algumas das mudanças trazidas pela revolução. Também descreveu o caminho pessoal e profissional que percorreu, sublinhando que desejava uma vida melhor para si e que sempre almejou participar em movimentos cívicos, ao serviço do bem-comum. Destacou a importância de se comemorar os 50 anos do 25 de Abril, particularmente num momento atual “extremamente perigoso”.

“O nosso dever é defender os valores de abril e transmitir isso aos mais novos”, realçou.

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