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“Sou um rural que ajuda à modernidade”

O Rotary Clube Braga Norte escolheu como profissional do ano, o engenheiro José Manuel Fernandes, e num jantar numa quinta em Santa Lucrécia de Algeriz, também com um caráter solidário, homenageou “o seu percurso, o seu profissionalismo e a sua ética enquanto eurodeputado. Quando escolhemos José Manuel Fernandes, ainda não era Ministro”, referiu a presidente do organismo, Ana Paula Silva.
O jantar contou com um vídeo surpresa feito pela família e com a animação de Anjinho e Aguiar de Barcelos ‘ajudados’ na concertina por Zé de Braga.

José Manuel Fernandes, aos jornalistas, lembrou que, independentemente dos cargos que ocupe mantém as suas raízes: “sou minhoto, sou português e sou europeu” e deixou uma ‘farpa’ ao presidente da República: “sou um rural que ajuda à modernidade”.

“Temos que saber de onde vimos e temos que saber para onde queremos ir, os objetivos, o destino, quando falo que sou minhoto, português e europeu é que se nós queremos e temos que ter um Portugal mais competitivo, não nos podemos esquecer de outra dimensão, a coesão territorial. Quando digo isso, tem um significado que é a defesa do nosso território, que tem muitas especificidades e nas nossas decisões políticas temos que ter em conta isso. Não deixo de ser quem sou e as minhas as origens, as minhas raízes, essas nunca as negarei, sou um rural que ajuda à modernidade”.

Não se sentindo “muito confortável” com homenagens, José Manuel Fernandes reconhece que “esta eu não poderia recusar já que a escolha foi feita, ainda eu era deputado no Parlamento Europeu. Para mim é uma honra e julgo que tem a ver com o percurso que tenho feito, das missões que tenho desempenhado. Estive a presidente de câmara, estive no Parlamento Europeu, agora estou a Ministro, mas quando foi marcada eu estava como eurodeputado e tinha a ver com o percurso que desenvolvi, nomeadamente, a favor dos nossos valores, a favor do nosso território, da União Europeia, mas também de Portugal e do Minho. Eu digo sempre, e mantenho, que sou minhoto, português e europeu e nada disto é incompatível. É importante nós assumirmos a nossas raízes, as nossas especificidades, fazermos o máximo pela nossa terra, que é uma marca que registei, e continuamos a dar o nosso melhor nas missões que desempenho”.

Sobre o facto destas homenagens também validarem o trabalho que foi desenvolvendo, o Ministro foi perentório: ” reconhecimento do meu trabalho fica sempre para as outras pessoas, posso garantir-lhe que naquilo em que estou dou o máximo, sou muitíssimo exigente comigo próprio nas funções que desempenho, também sou exigente com aqueles que trabalham comigo. Gosto de ouvir para melhor decidir, gosto de envolver, gosto de estar no terreno para tomar as melhores decisões, não gosto de decidir à distância, gosto de decidir com quem está. Muitas vezes decisões que não são fáceis, até porque há interesses contraditórios, mas a nossa função é decidir para procurar o melhor numa perspectiva do momento, mas também do futuro. É sempre necessário planear e infelizmente Portugal, com o governo socialista, não teve este planeamento e estou certo que, agora, vamos projetar esse futuro não com novos estudos, com comissões que só servem para adiar. A ideia é executar e executar rapidamente”.

A transição de eurodeputado para Ministro não foi difícil, ainda que, “o mais difícil foi chamarem-me ministro e eu não gostava muito da palavra, mas habituei-me. Confesso que não senti grande dificuldade na transição de eurodeputado para ministro. Há um ponto do qual não tinha consciência que é o conhecimento que tinha acumulado nos vários domínios. O facto de ter estado na negociação de todos os orçamentos europeus desde 2009, de ter negociado o quadro plurianual, de ter estado na negociação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), de fazer o seu acompanhamento, de ter estado na Comissão de Agricultura deu-me um conjunto de informações que me ajudam a decidir. A adaptação não foi nada difícil por isso, porque estou dentro das matérias e, modéstia à parte, tenho trazido algumas sugestões, posições e soluções que muitas pessoas e organismos nem estavam a ponderar. Foi uma mais valia ter estado no Parlamento Europeu o que me permitiu não ter nenhum problema na transição”.

Ana Paula Silva
A presidente do Rotary Clube Braga Norte justificou a escolha de José Manuel Fernandes como profissional do ano: “todos os anos o nosso clube homenageia sempre um profissional pelo seu mérito. Este ano, decidimos homenagear o engenheiro José Manuel Fernandes. Na altura, em que decidimos convidá-lo e ele aceitou, ainda era eurodeputado. Entretanto, caiu o bomba da nomeação como Ministro. Portanto, o convite já tinha sido feito antes de ir para o Governo. E isto é importante, porque o movimento rotário é um movimento apartidário, e quando decidimos homenagear este profissional foi pela pessoa, pela sua competência profissional, por aquilo que fez ao longo da vida e seria merecedor desta homenagem”.

Os rotários começam por fazer um brainstorming, falando em nomes baseados em critérios como o profissionalismo, o que fez, da ética, da capacidade de empreendedorismo, de ter feito qualquer coisa a mais pela sociedade. “Os companheiros trazem nomes, vamos discutindo e afunilando os nomes”. No passado, foram homenageados Artur Sousa Basto, dermatologista, Fernando Torres da Torrestir, Belmiro Lopes do grupo Feliz e o dono da Paularte.

Jantar solidário
“Aproveitamos todos os eventos que nós fazemos para angariar fundos para uma causa. Este ano, decidimos ajudar a associação ‘Conquista Vontades’ que lida com emigrantes senegaleses e contamos neste jantar com a presença do primeiro conselheiro da Embaixada do Senegal.

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