Alexandre Baptista leva a sua maior e mais representativa mostra de sempre à Zet Gallery
A zet gallery, em Braga, vai receber, a partir da próxima sexta-feira, dia 17 de janeiro, pelas 18h, e até 15 de março, a exposição “Assuredly I am a flame”, do autor português Alexandre Baptista, na sua maior e mais representativa mostra de sempre.
“Assuredly I am a flame”, título gerado a partir do verso de Friedrich Nietzsche, reúne um conjunto de obras de arte que divagam entre o poético e o político, afirmando posições e uma dimensão crítica de temáticas, como a religião ou as hipóteses da paisagem, questionando o curso da História e apelando ao nosso mais íntimo e profundo sentido de coletivo.
A exibição conta com um conjunto de sete obras inéditas ou pouco vistas, que vão do desenho, e da pintura, ao vídeo, passando pela fotografia e pela escultura-instalação, com recurso ao som e ao texto – de importância transversal, independentemente dos materiais e tecnologias preteridos – e ao ready made, revelando um artista multidisciplinar, denso e, simultaneamente, político e poético.
“Não obstante a coincidência, o facto de o título desta exposição recuperar um verso do aforismo “Ecce Homo”, Nietzsche não é identificado pelo artista como um dos mais relevantes para a sua construção intelectual nem para o processo de produção plástica. Todavia, a amplitude e a dimensão crítica de toda a obra deste filósofo, bem como os temas sobre os quais nos legou reflexões, tornaram-no inevitável na construção de uma narrativa, curatorial, que abrange um percurso de 15 anos”, explica Helena Mendes Pereira, curadora da exposição e diretora da zet gallery.
Foi então, por isso, selecionado um corpo de trabalho diverso e multidisciplinar, em que Alexandre Baptista assume posições críticas sobre temas de âmbito político, religioso, que convocam a História, a Filosofia, ou que envolvem o espectador em reflexões de sentido mais íntimo e emocional.
“’Sou certamente labareda” sugere-nos um posicionamento do artista como um agitador social, um incendiário da opinião pública, um ativista, e apropria-se de uma visão pessimista e própria que Nietzsche tem do mundo, combinando-a com uma visão política e quase apocalíptica do que nos rodeia e sobre o qual a obra de Alexandre Baptista reflete permanentemente”, acrescentou a curadora.
De salientar ainda que o intervalo temporal vai de “The Party Man” (2009) até “Can you feel me when I think about you?” (2020-2025), obra que o artista começou a projetar em 2020, em consequência do distanciamento físico a que o combate à pandemia obrigou, e que termina agora em colaboração com a bysteel, que a produziu.