Câmaras suspeitas encontradas na moradia do cativeiro de duas adolescentes em Vila Verde
A Polícia Judiciária (PJ) encontrou câmaras de vídeo profissionais, instaladas em tripés em dois quartos da casa, em Covas, Vila Verde, onde, a 28 de fevereiro, duas meninas, de 14 e 16 anos, foram encontradas sozinhas, durante uma ação de despejo. A PJ tenta agora perceber em que circunstâncias eram usadas as imagens.
As menores permanecem numa instituição, à guarda da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Vila Verde. A PJ investiga os negócios suspeitos do pai. O eslovaco, de 70 anos, com passaporte dos EUA, que terá viajado cinco dias antes da ação de despejo, não regressou. O CM tentou contactar este domingo o advogado do progenitor, que não atendeu as chamadas.
A casa, uma moradia nova, com dois andares e piscina, foi deixada com sinais de degradação. Valdemar Domingues, o proprietário, fala em perto de 50 mil euros de prejuízo. “Aceitei arrendar a casa, em abril de 2023, através de uma agência imobiliária, porque o negócio era muito vantajoso, foi pago um ano de rendas na altura da celebração do contrato, mas os meses que se seguiram foram de um verdadeiro pesadelo”, relata. O inquilino viveu mais 10 meses na casa, após o fim do contrato, sem pagar: “Ficou tudo destruído, desde casas de banho e soalhos e até o tecto abateu.”
A PJ encontrou também cerca de 10 mil moedas de coleção, grande parte das quais ocultas em caixas de vinho do Porto.