NACIONAL

Governo contabiliza 194 milhões de euros para inovação produtiva nas empresas e investigação científica

A ministra da Coesão Territorial disse hoje que houve “uma verdadeira avalanche de candidaturas” para apoios à inovação produtiva nas empresas e à investigação e desenvolvimento científico no contexto da pandemia da covid-19, contabilizando 194 milhões de euros.

“Atualmente, o valor disponível já vai em 194 milhões de euros, isto é, não fizemos mais do que responder à procura, uma procura que era absolutamente fundamental nos territórios para responder aos contextos de covid”, afirmou a governante Ana Abrunhosa, numa audição na comissão de Administração Pública, Modernização Administrativa, Descentralização e Poder Local, na Assembleia da República, em Lisboa.

No âmbito da criação de duas linhas de apoio, na sequência da pandemia da covid-19, para apoio às empresas que redirecionaram a produção para as necessidades que a pandemia impôs e para incentivar as atividades de investigação e desenvolvimento científico, a tutela tinha reservado 70 milhões de euros, quase 40 milhões dos Programas Operacionais Regionais, verba que foi reforçada devido à procura.

“A procura, felizmente, ultrapassou as expectativas, houve uma verdadeira avalanche de candidaturas”, indicou Ana Abrunhosa, revelando que houve “1.512 candidaturas que pediram mais de 600 milhões de euros em fundos europeus”.

Neste momento, os Programas Operacionais Regionais sustentam 130 milhões de euros dos 194 milhões de euros a disponibilizar, ou seja, “praticamente 70% deste financiamento”, apontou a governante.

“Concretamente, temos já 376 projetos aprovados, são investimentos de 143 milhões de euros, com apoios de 112 milhões de euros”, avançou a ministra da Coesão Territorial, que tutela os Programas Operacionais Regionais.

Das estimativas feitas sobre a atribuição destes apoios, o Governo acredita que “se pouparam cerca de 31 mil postos de trabalho”, declarou Ana Abrunhosa.

Além do apoio à inovação, o Ministério da Coesão Territorial destinou 100 milhões de euros para que as empresas criassem condições para reabrir portas, com toda a segurança para os trabalhadores e clientes, “devolvendo a confiança necessária para um desconfinamento gradual”.

Sem querer falar apenas em milhões, a ministra deu exemplos de empresas que foram apoiadas, “que não baixaram os braços, que não foram para ‘lay off’” e, com o apoio do Governo, mas sobretudo graças ao esforço dos empresários, redirecionaram a produção para as necessidades que a pandemia impôs.

“Na Maia, uma empresa com mais de 70 anos de atividade, que se dedicada aos moldes industriais, não baixou os braços, pediu ajuda para se reinventar, usou os seus quadros altamente qualificados para fazer viseiras de proteção individual em plástico. É a chamada inovação do produto de uma empresa que está agora a abastecer não só o mercado nacional, mas que já está a exportar para África”, referiu Ana Abrunhosa.

Outros exemplos são de uma empresa em Braga que está a “desenvolver um sistema de atendimento para gerir filas e fluxo de clientes, com o objetivo de garantir o distanciamento social, permitindo rastrear os principais sintomas associadas à doença covid-19” e de uma empresa em Aveiro que está a “produzir barreiras de proteção em acrílico” para qualquer atividade que entre em contacto com o público.

“Na Lousã, uma empresa que fazia meias e que registou uma grande quebra nas suas encomendas quis fabricar máscaras comunitárias reutilizáveis e punhos elásticos para incorporar em batas cirúrgicas. Tem, neste momento, um milhão de encomendas”, enalteceu a governante.

Entre os casos de empresas que se reinventaram, Ana Abrunhosa destacou ainda uma empresa de Mira, de reciclagem de plástico, “que ao fim de 17 anos de atividade viu os incêndios de outubro de 2017 destruir por completo as duas fábricas que possuía, não fechou portas, reconstruiu e agora veio a pandemia e também não desistiu e está a fazer óculos de proteção e viseiras”.

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