Carlos Carvalhal antevê um dérbi minhoto sem favoritos
O treinador Carlos Carvalhal disse hoje que “nunca há favoritos” num SC Braga – Vitória SC, antevendo duas equipas com grande vontade de vencer o dérbi minhoto de terça-feira, da 22.ª jornada da I Liga de futebol.
Depois do apuramento, a meio da semana passada, para a final da Taça de Portugal ao eliminar o FC Porto nas meias-finais (1-1, em casa, e vitória por 3-2 no ‘Dragão’, na última quarta-feira), o SC Braga recebe o Vitória SC, jogo em que, para Carlos Carvalhal, “nunca há favoritos”.
“Num dérbi nunca há favoritos, em circunstância alguma, são jogos sempre extremamente disputados, há 50% de hipóteses para cada equipa”, afirmou o treinador dos bracarenses, na antevisão da partida, à televisão do clube.
O treinador lamentou que os adeptos não possam estar presentes nas bancadas do estádio bracarense, o que faria deste jogo “um dérbi absolutamente fantástico”.
“Gostaríamos muito que os nossos adeptos pudessem estar presentes neste jogo, como nos outros, [mas] sentimos fortemente a presença deles no dia-a-dia, na atmosfera que anda à volta do clube. Lamento que não possam estar, seria com certeza um dérbi absolutamente fantástico, mas não vai deixar de ser porque o Vitória de Guimarães tem necessidade imperiosa de vencer e nós também temos uma vontade muito grande de vencer jogos”, disse.
O treinador dos bracarenses disse ter “consciência de que vai ser um jogo difícil”, porque “o Vitória de Guimarães tem uma boa equipa” e “vai, com os seus argumentos, tentar levar pontos de Braga”.
Em caso de vitória, os bracarenses regressam ao segundo lugar, mas Carlos Carvalhal garante que a sua equipa está apenas focada na partida de terça-feira e “não no que anda à volta do jogo, as consequências, a pontuação ou a classificação, isso não é importante, nunca foi desde o início”.
O treinador assegurou que do lado do SC Braga estará “uma equipa motivada, muito consciente, com os pés bem assentes no chão, que sabe o que tem que fazer para ganhar o jogo, com uma atitude competitiva forte e a tentar jogar bem”.
“Vamos tentar explorar ao máximo as debilidades do Vitória SC, porque as tem, como todas as equipas do mundo, e vencer, que é o nosso grande objetivo”, disse.
Carlos Carvalhal lembrou que, “no mínimo”, não terá à disposição cinco jogadores que alinharam no dérbi da primeira volta, em Guimarães (vitória dos ‘arsenalistas’ por 1-0), referindo-se aos lesionados David Carmo, Castro e Iuri Medeiros e ainda a Bruno Viana e Paulinho, que saíram do clube em janeiro (para Flamengo e Sporting, respetivamente).
A conta, contudo, é maior porque Schettine foi emprestado aos espanhóis do Almeria e Moura, embora não tenha jogado no estádio D. Afonso Henriques, foi opção no banco de suplentes, e pode ainda ‘engordar’ se Sequeira, que continua em dúvida, não jogar na terça-feira.
O treinador, no entanto, frisou que “o futebol é um jogo coletivo” e defendeu que “uma ideia valorizada pelos jogadores fá-los sobressair, essa é a génese dos desportos coletivos”.
“Por muito que se olhe para a individualidade, há sempre um fio condutor que faz com que os jogadores percebam o que se quer e, dentro dessa dinâmica, eles se valorizem. A junção de 11 jogadores, mais os outros, cria uma energia positiva de ligação, cumplicidade, atitude, responsabilidade, de querer ganhar que é muito mais que a soma das individualidades. É nisso que temos apostado desde o início: uma ideia boa, simples, que os jogadores a entendam e lutem por ela até ao último segundo”, explicou.
SC Braga, terceiro classificado, com 46 pontos, e Vitória SC, sexto, com 35, defrontam-se a partir das 21:45 de terça-feira, no Estádio Municipal de Braga, num jogo que será arbitrado por Hugo Miguel, da associação de Lisboa.