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‘Os fantasmas de família’ de Mário Coelho em cena no Theatro Circo

O Theatro Circo recebe, no próximo dia 15 de fevereiro, a estreia do mais recente espetáculo do ator e encenador Mário Coelho, "Quando eu morrer, vou fazer filmes no Inferno!". Um espetáculo que se move entre o terror psicológico e a metalinguagem cinematográfica, abordando temas como a herança emocional, a luta pela afirmação artística e os limites entre realidade e ficção. No dia 13, terá lugar o novo ciclo Formas de Fazer, ministrado por Mário Coelho, momento que tem como objetivo criar um espaço de partilha de práticas e metodologias de trabalho.

A história desenrola-se num apartamento aparentemente normal, habitado por uma jovem rapariga. “23h33. Estamos num apartamento, como qualquer outro, habitado por uma jovem rapariga. 23h36. Uma porta abre-se. 10 corpos entram repentinamente na sala. Começam a dançar. Habitam aquele espaço como se fosse seu. 23h37. A jovem rapariga dirige-se à sala, chocada e em pânico. Não percebe o que fazem aqueles estranhos na sua casa. Como entraram? O que querem? Tenta expulsá-los, mas é ignorada. 00h00. Inicia-se um pesadelo que perdurará. Uma tragédia hereditária. A procura de respostas para o porquê de tanta merda nos acontecer”.

Mário Coelho parte de uma experiência pessoal para explorar a forma como traumas e memórias familiares se perpetuam através das gerações, quase como maldições invisíveis. A peça é também uma reflexão sobre o percurso de um artista: como pode um criador manter a sua visão num mundo onde as regras da indústria são implacáveis? E como lidar com a sensação de que, independentemente do percurso já trilhado, cada novo projeto é sempre uma nova batalha?

Com uma estética marcada pela interseção entre teatro e cinema, “Quando eu morrer, vou fazer filmes no Inferno!” é um espetáculo inquietante, que desafia convenções narrativas e conduz o público por um labirinto onde os limites entre o real e o imaginado são constantemente subvertidos.

Mário Coelho formou-se na Escola Superior de Teatro e Cinema e tem desenvolvido um percurso singular na cena teatral portuguesa. Desde a sua estreia na encenação com “é possível respirar debaixo de água” (2016), a sua obra tem explorado o cruzamento entre teatro e estética cinematográfica, destacando-se com trabalhos como ‘finado’, ‘I’M SO EXCITED’, ‘FUCK ME GENTLY’ e ‘Se te Portares Bem, Vamos ao McDonald’s!’.

Em 2021, recebeu o Prémio Revelação AGEAS/TNDMII, consolidando o seu lugar como uma das vozes emergentes mais estimulantes do teatro contemporâneo.

No dia 13 de fevereiro, na sessão do ciclo Formas de Fazer: É possível respirar debaixo de água propõe um conjunto de atividades paralelas aos espetáculos, com o objetivo de criar um espaço de partilha de práticas, metodologias e formas de trabalho de artistas e coletivos que visitam o Theatro.

Direcionado a estudantes, profissionais e amadores das artes performativas, o projeto promove workshops, masterclasses e sessões expositivas, proporcionando um ambiente de partilha de experiências e novas aprendizagens.

Neste Formas de Fazer, o criador Mário Coelho, irá partilhar ideias, experiências e pesquisas atuais, abrindo o diálogo para uma conversa informal entre artista e público. Terá a duração de 90 minutos, direcionado a profissionais, amadores, estudantes ou interessados em Artes Cénicas, maiores de 14 anos. Gratuito, mediante inscrição para participacao@theatrocirco.com

Os bilhetes já estão à venda, no Theatro Circo, locais habituais e online.

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