Aventureiro de Guimarães que está a dar a volta à Europa a pé encontrou militares da GNR no Kosovo
O caminheiro de Guimarães que está a dar a volta à Europa a pé chegou no domingo a Pristina, capital do Kosovo. Leva 500 dias de caminhada e cerca de 7700 quilómetros percorridos, através de 17 países. Na capital kosovar foi recebido pelos militares da GNR, que ali estão integrados na missão da EULEX, da União Europeia. Henrique Pereira está a descansar durante alguns dias, antes de arrancar, no sábado, rumo a Skopia, na Albânia.
“Fiquei muito feliz por ter sido contactado pelos militares da GNR aqui no Kosovo. Não sabia que eles estavam aqui e fiquei surpreendido”, refere o aventureiro vimaranense. O comandante da força portuguesa foi alertado para a presença de Henrique Pereira em Pristina pela cadeia de comando em Portugal, depois da leitura de uma notícia na imprensa. “Vieram ter comigo e ofereceram ajuda. Disse-lhes que não precisava de nada, mas fiquei muito contente por estar com eles e por poder falar português”, referiu.
Apesar de Henrique Pereira não ter solicitado auxílio, os militares portugueses vão voltar a encontrar-se com ele para lhe entregarem algum material de primeiros socorros. Por estes dias, Henrique tem estado parado em Pristina, a descansar num hostel, para recuperar de uma pequena lesão. “Tenho uma dor incómoda num pé. Não é partido, penso eu, mas como os pés são as minhas ferramentas, decidi não arriscar e parei uns dias”, conta. “Quando voltar a entrar na União Europeia, pela Hungria, vou a um hospital”, acrescenta.
Henrique Pereira viaja com um orçamento muito limitado, nunca usa transportes públicos e dorme quase sempre numa tenda. O hostel, onde tem estado nos últimos dias, é um pequeno luxo para ver se recupera. Leva consigo apenas o que consegue carregar num carrinho que vai empurrando: tenda, alimentos, água, alguma roupa, painel solar, computador e pouco mais.
Desde que saiu de Portugal, no dia 5 de outubro de 2023, Henrique Pereira já passou por 17 países, caminhando 7700 quilómetros. Esteve em Roma, numa audiência com o Papa, foi alvo de várias tentativas de assalto, foi perseguido por cães e javalis, interpelado pela polícia, salvou animais perdidos e fez muitos amigos e conhecidos. “Às vezes não reconhecem a bandeira, mas quando digo que venho de Portugal falam-me logo no Cristiano Ronaldo”, refere.