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Nuno Reininho (Amares Volei): “foi uma época em que as expetativas foram todas superadas”

“Foi uma época onde as expetativas foram todas superadas. Sabíamos que tínhamos um grupo com características especiais, porque é importante ter um grupo com potencial, mas eles superaram-se”, foi assim que Nuno Reininho, treinador do Amares Volei, começou por abordar a época e a vitória no Campeonato Nacional de Infantis masculinos de Voleibol.
O Amares Volei fez história ao conquistar o título de Campeão Nacional de Infantis, depois de já ter vencido o Campeonato Regional e a Taça Associação de Voleibol de Braga e ter sido primeiro no ‘Regional’ da AVP. Afirmando que “eles evoluíram mesmo muito”.

Nuno Reininho considera que “eles evoluíram mesmo muito” e o momento-chave para a grande época que a equipa fez “foi a vitória sobre a AA Espinho, ainda por cima na casa deles. Esse foi o momento em que eles perceberam que afinal eram capazes, que podiam chegar longe e a partir daí foram crescendo e acreditando”.

Foi esse acreditar que levou a equipa a dar a volta nos dois primeiros parciais no primeiro jogo da Fase Final, com o CV Oeiras? “Sem dúvida nenhuma. É sempre importante acreditar e manter o espírito de equipa. No jogo com o CV Oeiras tivemos os jogadores superaram-se. O João é um deles e foi ele que transportou a equipa. É ele que está na base da recuperação” e assume que “entrar a perder e ir buscar o jogo é uma característica da equipa. Eles começam mal e acabam muito bem. O que indica que eles começam nervosos… não é uma questão técnica, nem tática porque se fosse depois não conseguiam ir buscar. É uma questão emocional. Eles começam os jogos bastante inseguros, desfocados, depois vão entrando em jogo. É uma característica do grupo, que tem de se trabalhar porque quando começarmos a ter jogos muito equilibrados não podermos dar vantagens aos adversários”.

Na Fase Final qual foi o jogo mais difícil? “Foi o primeiro, com o CV Oeiras. Foi um jogo em que todos tremiam, até o próprio professor. É um jogo difícil e decisivo para o que se pretende fazer. Tivemos um arranque difícil e depois porque estávamos a defrontar um adversário que era uma incógnita. Eles fizeram um campeonato estranho, tanto perdiam com uma equipa, supostamente, fraca, como na semana seguinte venciam ao Benfica. O CV Oeiras não era uma equipa qualquer, mas era uma equipa incógnita e isso pesou muito”, disse Nuno Reininho, que garante que “depois do jogo com o CV Oeiras fiquei convencido que os miúdos eram capazes de ganhar a Fase Final porque tinham conseguido dar a volta nos dois sets mais difíceis”.

Em algum momento duvidou que o Amares Volei podia não ganhar o título? “Posso dizer que sofri imenso no jogo com o CV Oeiras, mas acreditei sempre que podíamos ganhar. A probabilidade de vencermos esse jogo era enorme. Mesmo que perdêssemos um set podíamos reestruturar a equipa, reduzir o número de atletas utilizados, que era algo que não queríamos fazer, mas sabíamos que podíamos ganhar. Claro que o primeiro jogo era o jogo da insegurança, porque se se perde põe-se tudo em dúvida”.

No último jogo, e depois de ganhar o primeiro set, usou um grupo diferente… em que acabou por perder, mas voltou a fazer a mesma coisa nos dois sets seguintes. Foi uma forma de transmitir aos atletas que confia em todos por igual?
“A equipa que entrou no segundo set entrou muita nervosa, mas eu apostei naquele grupo porque sabia que eles eram capazes de ganhar aquele set… aliás se não há o erro do árbitro, em que marca uma bola dentro que foi fora, eles poderiam ter dado a volta ao set. Portanto, o eu apostar naquele grupo foi muito mais o eu acreditar que eles eram capazes de ganhar o set e eram, aliás quase o conseguiram”.

A Fase Final foi a fase com o nível mais alto que vocês encontraram durante a época? “As Fases Finais são onde estão os melhores e, por isso, são sempre fases muito mais exigentes. Para nós foi muito diferente do que estávamos habituados, até para os miúdos perceberem que os jogos eram de grau bem mais elevado. Os jogos do Campeonato e Taça AVB nós estávamos muito à vontade e na Fase Final era tudo diferente. Foram três dias, três jogos com adversários que sabíamos que não vai deixar cair a bola, era preciso pô-la no chão”.

Como foi gerir a equipa, quer física, quer emocionalmente, nestes três dias? “Correu muito bem, gerimos tudo muito bem. O facto de serem três dias foi mais a parte emocional e eu até acho que eles não sentiram muito, até porque alguns deles até foram até à festa do Santo António, uns dormiram na casa dos outros”, disse Nuno Reininho, que salientou que “na parte física também correu muito bem e eles não quebraram. Aliás os índices físicos dos miúdos estavam muito bons. Nós fizemos a gestão da componente do trabalho e eles estavam muito bem fisicamente”.

Para o treinador do Amares Volei “os miúdos, curiosamente, acusavam muito o nervosismo no momento antes do jogo, quando os encontrávamos em Amares, antes da partida para Barcelos, mas depois com o jogo, o pós jogo estavam bem…”.
Estar na Fase Final e ainda por cima sagrar-se Campeão Nacional é uma novidade para o próprio clube… “É uma novidade e a cultura de vitória é muito importante. Saber que temos a responsabilidade de honrar uma história, mas se perdermos não tem problema nenhum”.

Como vai ser daqui para a frente? “Da parte da estrutura do clube vai ser um trabalho sério e honesto como até aqui. Agora como é que vai ser da parte da comunidade é que não sabemos. Se a comunidade entender que faz sentido apoiar este projeto mais, então nós podemos garantir que vamos ter várias equipas a ter patamares de desempenho cada vez melhores. Isso nós garantimos. A parte do nosso trabalho está a ser feita, agora falta-nos muita coisa”.

O que falta? “Falta termos, como acontece noutros clubes, ter associado ao nome do clube, o nome de uma empresa. Este é um desafio às empresas do concelho: porque não sentirem o gosto de ter o seu nome associado ao projeto do Amares Volei, que pode dar frutos positivos para os dois lados. Também da parte pública se calhar dar uma ajuda, dar um pouco mais, olhe, por exemplo, o campo de Voleibol de Praia, que é uma coisa que se nós tivéssemos os miúdos iam-se divertir imenso em vez de estar em casa fechados, vinham para aqui…”.

Na hora de festejar, Nuno Reininho fez questão de deixar uma palavra de agradecimento “ao prof. Mário Azevedo, ao prof. José Carlos porque nos deu privilégio de poder jogar com as equipas dos mais velhos e isso foi importante. Uma palavra também para o João Paulo e ao Gabriel, que faz parte do projeto e que também nos ajudou”.

João Paulo: “Nunca imaginaria que chegaríamos tão longe”
João Paulo é um dos colaboradores de Nuno Reininho no Amares Volei. Entrou no projeto há mais de 10 anos, como atleta, chegou a jogar nos Sub-21, onde ‘capitão’ de equipa, e hoje é considerado “um dos obreiros” da vitória da equipa de Infantis.

Como é chegar ao final desta época com o título de Campeão Nacional? “Foi fantástico. Como disse aos miúdos se no início da época me dissessem que íamos chegar à Fase Final eu não ia acreditar. Eu sabia do potencial deles, já os acompanho desde Minis e fui a muitos torneios com eles, mas nunca imaginaria que chegaríamos tão longe. Uma terra tão pequenina, um projeto tão pequenino e estarmos numa Final com um Benfica, que é um nome tão grande”.

Para João Paulo “só o facto de termos chegado à Fase Final já era fantástico para as condições que temos e o apoio que temos”, mas, salientou, “desde que chegamos à Fase Final sempre acreditei que íamos ganhar”.

Qual foi o jogo mais complicado? “O jogo com o CV Oeiras… Principalmente porque o adversário era uma incógnita e como não o conhecíamos bem foi o jogo que nos deixou mais nervosos”, disse João Paulo, que referiu que não se assustou quando a equipa entrou a perder… “isso foi algo a que a equipa já nos habituou ao longo da época. Ou seja, eles entraram em muitos jogos a perder, mas depois iam buscar o jogo”.

Como os sentiu depois da Fase Final, no regresso aos treinos? Como sentiu os atletas depois da Final e neste regresso aos treinos? “Senti-os felizes e é isso que nós mais queremos e que levem estas experiências para a vida…”.


João Vieira
João Vieira foi um dos jogadores que esteve em destaque na Fase Final, essencialmente, pelo que conseguiu fazer no primeiro jogo frente ao CV Oeiras. O jogador de Amares considera que o título de Campeão Nacional “é merecido porque trabalhamos muito durante todo o ano para que isto fosse possível. O trabalho compensou. Não temos muitas condições, mas conseguimos o que queríamos”.
Durante a Fase Final houve algum momento em que pensaram que não seria possível? “Nós acreditamos sempre que era possível ganhar. Apesar ter começarmos a perder logo no primeiro jogo, mas isso é normal na equipa, nós normalmente começamos os jogos a perder e depois, com foco e determinação, conseguimos dar a volta”.
Qual foi o segredo da equipa? “Eu acho que é o espírito de equipa, a confiança e a amizade que nos une. Neste desporto isso é fundamental”, disse João Vieira, que questionado sobre qual foi o jogo que mais gostou de disputar afirmou que “foi o jogo com o CV Oeiras… gostei muito desse jogo”.


Lourenço Marques
Lourenço Marques é um dos ‘capitães’ de equipa do Amares Volei, que venceu o título de Campeão Nacional.
“Foi uma Fase Final muito boa. Ganhamos os três jogos e conquistamos o título, o que é muito bom”, disse Lourenço Marques, que confessou que “entramos em prova muito nervosos. Era a nossa primeira Fase Final, o nosso primeiro ano como federados e se calhar não pensávamos ficar em primeiro. Mas conseguimos e somos Campeões”.
Qual foi o jogo mais especial? “Foi o jogo com o Benfica. As outras eram boas, deram luta, mas o jogo com o Benfica foi mais desgastante, mais divertido e que mais gostei de jogar”.


Tiago Gonçalves
Tiago Gonçalves, também ele capitão de equipa do Amares Volei, considerou que “esta é uma vitória da equipa. Nós esforçamo-nos todos para conseguir ganhar e levar este título para Amares”.
O atleta do Amares Volei confessa que “entramos nesta Fase Final algo desconfiados. Não sabíamos muito bem o que iriamos encontrar, mas fomos jogando, vencendo os jogos e ganhamos confiança… começamos a acreditar que podíamos ganhar e conseguimos”.
Uma vitória que vos motiva? “Sim, é uma vitória muito boa e que nos permite sonhar que podemos fazer coisas bonitas no futuro. Este é só o princípio”.

Gonçalo Costa
Gonçalo Costa, outros dos capitães do Amares Volei, considera que “nós, para chegarmos até aqui, somos uma equipa com potencial, trabalhamos muito e merecemos ganhar esta final”.
Como encararam a Fase Final? “Todos nós tivemos um momento de desconfiança e preocupação, sabíamos que podíamos não ganhar este título. Era a nossa primeira Fase Final, não sabíamos bem o que era isto… mas nós funcionamos como equipa, se chegamos à Fase Final foi com mérito. Então acreditamos no nosso trabalho, no nosso valor e jogamos o melhor possível. Todos juntos trabalhamos por este título”.

GRUPO DE TRABALHO
Daniel Carvalho – Zona 4
Lourenço Marques – Distribuidor
Rodrigo Pinto – Distribuidor
Rodrigo Machado – Central
Gonçalo Silva -Central
Tiago Gonçalves – Zona 4
Pedro Peixoto – Distribuidor
Gabriel Ribeiro – Central
Dinis Fernandes – Zona 4
Afonso Freitas – Distribuidor
João Vieira – Distribuidor
William Fernandes – Central
Gonçalo Costa – Zona 4
Matvii Datsenko – Zona 4
Treinador: Nuno Reininho
Colaborador: João Paulo

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